Norman Strasma

Mapas populares, globos, guias de viagem. Responsável por parte dos U$1,2 bilhão que o mercado de mapeamento movimenta por ano nos EUA, esse mercado nunca obteve a devida consideração de quem trabalha com geotecnologias no Brasil. Agora, a IMTA (International Maptrade Association), organização que reúne produtores, editores está chegando ao Brasil para mudar esta situação. No final do ano passado, Norman Strasma, presidente da associação, esteve em São Paulo reunido com Luis Dubal, diretor da Guia Rivera (primeira associada no Brasil),Publifolha, Geomapas, Brasmapas, Mapograf, Gempi, IBGE, Guia 4 Rodas e InfoGEO diretores de empresas especializadas na comercialização de dados e com a Espaço GEO. Na ocasião, algumas empresas optaram por se filiar à associação. Em maio, durante o expoGEO Brasil, acontecerá um encontro para troca de experiências entre editoras que já atuam nesse mercado. As empresas participantes poderão alavancar negócios e se associar ao IMTA, que estará presente no evento em Curitiba. Leia abaixo trechos da entrevista concedida à infoGEO por Strasma:

infoGEO – Qual o tamanho do mercado de mapeamento nos EUA?
Strasma – O mercado americano é estimado em US$ 1.2 bilhões. Centenas de empresas produzem mapas nos EUA. Mas um pequeno número (cerca de 10) é responsável pela edição e venda de mais de 75% destes mapas.

infoGEO – Quais as questões mais importantes para a IMTA neste momento?
Strasma – Uma delas é a rápida transformação do cenário para publicação de mapas. A informação digital tornou muito mais fácil publicar mapas. Editores que tradicionalmente eram a única fonte de mapas agora enfrentam competição de empresas pequenas, que editam em menos tempo e com custos menores. Outro ponto: o varejo de mapas está sendo dominado por comerciantes muito fortes. A margem de lucro diminuiu e tornou o varejo uma alternativa menos atraente para pequenas editoras. Por outro lado, a Internet está se tornando rapidamente um canal de distribuição viável para muitas empresas iniciantes.

infoGEO – Qual a atuação da IMTA na questão de direitos autorais?
Strasma – Formamos um comitê de direitos autorais, que inclui executivos das maiores editoras americanas. Este comitê se expandirá para atender muitos outros países.
A questão de direitos autorais ficará mais importante à medida que a informação digital estiver mais disponível.

infoGEO – Como mapas populares podem melhorar a cultura cartográfica de um país?
Strasma – A cultura cartográfica é um dos aspectos mais importantes de qualquer país. Cartógrafos vêm fornecendo visualizações de nosso mundo há séculos. À medida que mapas populares se tornam mais disponíveis, a população fica mais consciente de seu desenvolvimento. Mapas se tornam então uma parte essencial de como vemos a nós mesmos, nossos negócios, nosso ambiente e nossa sociedade.

infoGEO – Qual o destino dos mapas em papel?
Strasma – Mapas em papel terão um lugar importante no futuro. Embora a qualidade dos mapas digitais esteja melhorando e a informação digital esteja a cada dia mais precisa, mapas de papel ainda são mais portáteis e também são considerados pela maioria dos consumidores como padrão de qualidade e artístico.

infoGEO – Quais os planos da IMTA para o Brasil?
Strasma – A IMTA já se expandiu para 53 países. Neste momento temos poucos membros no Brasil. Desejamos expandir este número para que eles possam se encontrar e trabalhar em conjunto com membros de seu país e de todo o mundo. Também gostaríamos de expandir o número de membros em outros países da América Latina. Para todos nós do negócio de mapas haverá benefícios se trabalharmos juntos.