A nova geração das Estações Totais

Principalmente para usuários que começaram a operar há pouco tempo com esse tipo de equipamento, pode parecer estranho ouvir falar em Estações Totais antigas.
Mas realmente é difícil ver a nova geração de Estações que está sendo produzida hoje e não notar os enormes avanços que foram feitos em relação aos primeiros modelos, que nem sequer gravavam os dados internamente.

A maioria dos fabricantes está apresentando novas Estações Totais que acrescentam facilidades e ferramentas de produtividade nunca antes vistas nos levantamentos de campo. A sofisticação acentua o uso destes equipamentos não apenas em levantamentos, mas também em complementação para o GPS. Nos locais em que os sinais dos satélites são obstruídos, como túneis e matas fechadas, o uso das Estações Totais é altamente recomendado.

É claro que, como em qualquer outra tecnologia, existe um tempo da própria adaptação ao mercado, e alguns fatores devem ser previamente avaliados. É bom não esquecer também da potencialidade que os equipamentos anteriores ainda oferecem para várias funções.

O que há de novo

Sem dúvida nenhuma a grande inovação nas Estações foi a possibilidade de medições de distâncias sem o uso de refletores (prismas). Um feixe laser visível torna possível a visualização do ponto em superfícies e a sua medição em distâncias de até 80m ou mais, dependendo do modelo. Com isso as operações de cadastro urbano e de alcance de pontos inacessíveis com o prisma (que podem até oferecer riscos ao operador) são tarefas cumpridas sem muito esforço.

Os distanciômetros também possuem agora medição mais rápida e contam com maior precisão e alcance maior com número reduzido de prismas. Algumas Estações possuem disparo para medição da distância por meio de um botão localizado na parte lateral do equipamento, permitido ao mesmo tempo a visualização do ponto e acesso para medição, o que não é possível com o acesso frontal pelo teclado.

Os novos designs dos equipamentos chamam muito a atenção pela tendência mais compacta e com pouco peso. A maioria dos equipamentos pesam cerca de 5kg com a bateria, o que representa uma grande melhoria.

A operação das Estações também não foi esquecida. Os teclados contam com maior número de funções diretas. As quatro teclas das setas direcionais facilitam enormemente o acesso aos comandos e configurações. Todos eles possuem iluminação excelente, ressaltando bem toda a tela.

Além de serem menores, as baterias usadas nos equipamentos não usam mais o Cádmio como elemento, o que possibilita maior duração e menor tempo de carga. Existem agora também indicadores de carga na bateria na tela sem necessidade da verificação usando algum outro comando.

Como novas características mecânicas estão em destaque os parafusos de aproximação (ajuste fino) vertical e horizontal com roscas sem fim. Eles permitem movimentação livre sem preocupação de curso definido pela trava.

Os programas internos continuam melhorando a produtividade em campo e aumentando a facilidade no manuseio dos dados medidos, que são gerenciados por arquivos que podem ser transmitidos independentemente. Todas estas inovações fixam um conceito chamado CAS (Computer Aided Surveying). Ele designa o levantamento totalmente assistido pelos computadores que hoje as Estações Totais são e os meios de comunicação de dados de envio e recebimento que os usuários já encontram disponíveis no mercado.

Deve-se tomar cuidado na avaliação de todas essas características para que o uso das ferramentas seja realmente eficaz e completo, justificando o emprego dessa tecnologia como verdadeiro auxílio e não como simples substituição da ação humana.

Fernando César Ribeiro é engenheiro civil e consultor técnico da Manfra & Cia Ltda (PR).email: fcribeiro@manfra.com.br