A capacidade produtiva da ANEA a serviço do progresso da área no Brasil.

Hoje, compõem a Associação nacional de empresas de aerolevantamento (ANEA), 12 empresas de aerolevantamento. Todas são inscritas no Ministério da Defesa, como organizações especializadas privadas, na categoria "a", ou seja, executoras de todas as fases do aerolevantamento.

Estas empresas, todas de atuação de âmbito nacional e algumas com trabalhos na América Latina e África, estão localizadas em diversos estados, sendo uma em Santa Catarina, seis no Paraná, duas em São Paulo, duas no Rio de Janeiro e uma no Espírito Santo.

As empresas têm uma força de trabalho representada por um expressivo contingente de mais de 800 técnicos, dos quais mais de 20% são de nível superior.

Estes profissionais operam na fase aeroespacial 17 aeronaves, com 29 câmaras aéreas e 4 sensores não fotográficos, sendo um a laser e 3 para aerogeofísica. Nas fases subseqüentes operam 83 pares de receptores geodésicos de GPS, 37 restituidores analógicos, 5 analíticos e 78 estações de restituição digital, além de 213 estações de edição.

Houve tempo em que este contingente passava dos 3.000 técnicos e contávamos com uma frota de mais de 25 aeronaves. Esta redução reflete com clareza o profundo decréscimo dos investimentos em Cartografia nos últimos anos.

Esta capacidade produtiva, componente importante do Sistema Cartográfico Nacional, sempre esteve pronta a atender às demandas cartográficas dos mais variados setores de infra-estrutura nacional. Outra característica das empresas filiadas à ANEA é sua condição de componentes do Sistema de Defesa Nacional, portanto passíveis de serem mobilizadas.

Cientes desta responsabilidade, as empresas, apesar de todas as dificuldades da falta de investimento público consistente no setor, têm mantido seu quadro técnico sempre atualizado com a mais moderna tecnologia disponível no mercado mundial, e também feito os investimentos necessários na aquisição de equipamentos e sistemas de última geração, visando a prestação de serviços de alta qualidade.

"Houve tempo em que este contingente passava dos 3.000 técnicos e contávamos com uma frota de mais de 25 aeronaves. Esta redução reflete com clareza o profundo decréscimo dos
investimentos em Cartografia nos últimos anos"

A atividade de aerolevantamento apresenta uma sazonalidade histórica. Há momentos de demanda intensa e períodos de ausência de trabalho, resultando em onerosa ociosidade do setor.

Este contingente espetacular poderia, nos períodos de ociosidade, ser empregado, obviamente por custo reduzido, desde que com prazos elásticos, na produção cartográfica. Esta solução, certamente produziria um ganho considerável em termos financeiros.

Nosso país não pode se dar ao luxo de desperdiçar essa ociosidade, que poderia ser empregada, com baixo custo, para a execução de cartografia básica sistemática.

A grande deficiência de material cartográfico atualizado deixa evidente a necessidade de que alternativas desta natureza sejam adotadas.

A deficiência em material cartográfico acaba levando a soluções inapropriadas, que, como sabemos, resultam em grande prejuízo para a nação, seja por opção de implantação de projetos sem o uso de base cartográfica, ou seja, por gastos feitos em duplicidade, ou feitos visando um uso exclusivo quando poderia ter características que atendessem a diversas demandas, sem que isto elevasse o custo do investimento.

Como vivemos em constante carência de recursos para a Cartografia, os raros investimentos devem ser feitos com ab-soluta racionalidade. Esta racionalidade passa, necessariamente, por empregarmos todos os meios disponíveis para a produção cartográfica, principalmente aqueles que apresentem boa relação custo/benefício.

Antonio Luiz C. Teixeira de Freitas
Presidente da ANEA
anea@anea.org.br