No lado paulista do Vale do Ribeira, o Instituto Socioambiental (ISA) tem utilizado a geotecnologia para apoiar comunidades quilombolas no reconhecimento de seus territórios. Através do Diagnóstico Socioambiental do Vale do Ribeira, o ISA mapeou as comunidades quilombolas, mostrou a sobreposição de seus territórios com as unidades de conservação existentes e provou que, onde elas estão presentes, o desmatamento é menor.

Além disso, em parceria com a Unicamp, realizou um estudo mostrando os impactos sobre essas comunidades da implantação das quatro usinas hidrelétricas planejadas para a região. Esse tipo de trabalho tem colaborado para a conscientização das comunidades, que hoje lutam para garantir seu direito territorial, reconhecido pela Constituição de 1988.

Quando foi iniciado o mapeamento, em 1997, eram 12 comunidades identificadas, na metade de 1998 eram 24 e, no final de 1998, esse número era 54. Um projeto piloto em andamento pelo Instituto é o zoneamento ecológico-econômico do quilombo de Ivaporunduva, no município de Eldorado.

O ISA está associando a tecnologia com o conhecimento tradicional para conseguir maior produtividade das culturas já desenvolvidas e a recuperação de áreas que não estão sendo usadas.