O novo Ministério das Cidades fará um mapeamento das áreas de risco no país para tentar evitar novas tragédias causadas pela chuva, como as que ocorreram no Rio de Janeiro e em Minas Gerais na semana passada. Titular da pasta, Olívio Dutra diz que o objetivo principal do mapeamento, a longo prazo, é a regularização fundiária e a remoção dos moradores destas áreas. "Temos um déficit enorme de moradias adequadas.

Não vamos resolver isso num passe de mágica. Mas estamos num processo de adequação para que as pessoas, em breve, não sofram com problemas da cidade, mas a usufruam", disse o ministro ontem (20/1) em reportagem do jornal O Globo. Olívio citou o exemplo dos deslizamentos no Estado do Rio para explicar a necessidade do levantamento. "Estivemos em Petrópolis. Vimos que a ocupação onde ocorreram perdas de vida é irregular, mas ampla. São ocupados morros, encostas, beiras de estradas, alagadiços e, com as fortes chuvas, é uma questão de tempo que estas residências deslizem, mesmo casas boas.

Então vamos fazer uma radiografia detalhada, técnica, destas situações de risco", completou, não descartando a possibilidade de remoção, em algumas situações. O ministro calcula que existem cerca de cinco milhões de pessoas que se enquadram como moradoras de áreas de risco. "Tudo começa com a regularização fundiária dos espaços urbanos. Há uma enormidade de vila populares, onde famílias estão residindo há mais de cinco anos, sem contestação, em área que não é manancial, não é uma área de risco, não é de preservação, portanto, eles estão preenchendo todos os critérios do Estatuto da Cidade", concluiu.