Dizer que o mercado de Geoinformação movimenta anualmente no Brasil mais de 1 bilhão de reais pode parecer loucura para muitos. Outros podem achar que esse valor é muito tímido. Entretanto, apesar de ainda não existirem pesquisas específicas e atualizadas sobre este segmento, podemos analisar alguns dados para tentar chegar mais perto da nossa realidade.

Segundo pesquisas internacionais, este mercado movimentou 16 bilhões de reais em 2003 no mundo todo, sendo 18% em imagens orbitais, 26% em software GIS, 26% na geração de dados para GIS e 30% em serviços e aplicações na área. Se considerarmos que o Brasil represente 2% do mercado mundial do setor, podemos projetar que 320 milhões foram gerados no Brasil.

Agora podemos incluir nestes valores, os relacionados à comercialização de equipamentos de coleta de dados como receptores GPS, além das empresas que prestam serviços nesta área. Ao tentar listar estas empresas, esbarramos num total desconhecimento de sua quantidade. Somente na base de dados da Editora MundoGEO encontramos mais de 600 empresas cadastradas.

Quantas empresas existem no Brasil que fazem da Geoinformação o seu negócio? Segundo Hamilton Schenkel, presidente recém eleito da FENEA (Federação Nacional de Engenheiros Agrimensores), são mais de 100 empresas de grande porte na área de levantamentos terrestres e seguramente mais de 1.000 entre pequenas e médias, além de muitas outras na área de engenharia e consultoria que também incluem em suas atividades estes serviços. Segundo previsões, somente estas empresas de levantamentos de campo faturam mais de 500 milhões de reais por ano.

Então, já temos 820 milhões. Ainda teríamos de incluir as receitas previstas na produção de mapas e utilização de softwares e equipamentos para entretenimento, laser, geomarketing, vendas, rastreamento e monitoramento de veículos, agricultura de precisão, LBS (Serviços Baseados em Localização) em celulares e computadores de mão.

Se projetarmos os números de 2003 com um crescimento anual de 15% apontado por alguns empresários consultados, a previsão é que a marca de 1 bilhão será facilmente superada em 2005. Não nos esquecendo que temos no Brasil uma grande demanda reprimida de projetos à executar que podem auxiliar neste avanço, sendo as áreas de infra-estrutura e gestão municipal os melhores exemplos.

A GITA Brasil (Associação de Tecnologia e Informação Geoespacial) poderá por um fim nestas divagações. A entidade está com um projeto fantástico para em 2005: fazer um censo completo do mercado. No momento a associação está buscando patrocínio para viabilizar a contratação de uma empresa de pesquisa especializada em mapear setores da área de tecnologia. Esta pesquisa apontará não só o faturamento das empresas, mas o perfil dos usuários e dos profissionais envolvidos entre outras informações.

Esperamos que seja possível registrar com mais segurança o real tamanho no país do mercado de geotecnologias, que, segundo o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, está entre os três setores com maior potencial de crescimento desta década, ao lado das nanotecnologias e biotecnologias.

Boa leitura!

Emerson Zanon Granemann
Engenheiro Cartografo
Editor
emerson@mundogeo.com.br