No dia 21 outubro de 2003, em Taiwan, na China, foi lançado o CBERS-2 (China-Brazil Earth-Resources Satellite; em português, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). Dois anos depois, o satélite continua em operação, oferecendo imagens que atendem às mais diversas aplicações, da agricultura ao monitoramento ambiental.

Para marcar a data, o INPE promoveu a"Semana CBERS", que teve exposição de imagens, palestra especial e seminário sobre as aplicações do satélite, que já é o segundo da série. O INPE é o responsável no Brasil pelo programa em parceria com a China, em vigor desde 1988 e que prevê o desenvolvimento de mais três satélites até 2010.

"O Programa de Satélites CBERS pode ser considerado vitorioso em diversos aspectos. Em primeiro lugar, podemos destacar a oportunidade de capacitação de nossos engenheiros em desenvolver um satélite de grande porte. A parceria com a China foi positiva para ambos os países, que possuem dimensões continentais e precisam monitorar seu território", diz Jânio Kono, coordenador do Programa Sino-Brasileiro no INPE.

Como a política de distribuição garante a oferta gratuita das imagens CBERS para todos os usuários brasileiros, mais de dez mil usuários ligados a mais de mil instituições, entre órgãos públicos, universidades, centros de pesquisa e ONGs, além da iniciativa privada, estão utilizando essas imagens para licenciamento e monitoramento ambiental, projetos de sistematização e uso da terra, gerenciamento de recursos hídricos, arrecadação fiscal, entre outras aplicações.


Imagem de Brasília fornecida pelo CBERS

Controle

Durante as comemorações ao segundo ano de atividades do satélite, foi anunciado que a partir de agora cada país responderá pelo controle do satélite por seis meses.

O controle do satélite consiste em monitorar e corrigir a sua trajetória, quando necessário, através do acionamento dos propulsores de bordo. A correção periódica precisa ser feita devido ao decaimento da órbita, acentuado pela degradação natural da trajetória orbital. As diferenças de altura causam um deslocamento na posição do satélite, que prejudica, por exemplo, a montagem de mosaicos das imagens geradas. O órgão responsável pelo controle realiza ainda a manutenção da sincronia do relógio de bordo com o horário da Terra, e a constante atualização dos parâmetros orbitais do satélite.