Começou no dia 10 de outubro a terceira etapa do Projeto Monitoramento de Baleias por Satélite (PMBS), que vai fixar dezesseis novos transmissores em baleias jubarte no litoral do Brasil. O objetivo da pesquisa – que utiliza o sistema via telemetria por satélite – é acompanhá-las na jornada rumo aos mares do sul.

A equipe do projeto explica que a telemetria por satélite vem sendo utilizada com animais terrestres há cerca de duas décadas, mas sua aplicação aos animais marinhos é mais recente devido à necessidade de adaptação da tecnologia às condições físicas do meio aquático.

A utilização da telemetria no estudo das grandes baleias é dificultada ainda mais pela impossibilidade de capturar e manter esses animais imóveis enquanto o transmissor é instalado. Por isso, as baleias precisam ser "marcadas" em movimento, através de sistemas remotos. A sede do PMBS é no Rio de Janeiro, onde uma equipe multidisciplinar de biólogos, oceanógrafos e veterinários trabalha desde 2001. São cientistas e instituições de pesquisa do Brasil, EUA e Dinamarca que criaram uma cooperativa para investigar a rota e o destino migratório das baleias, aperfeiçoando a tecnologia da telemetria por satélite.

Atualmente, o PMBS realiza estudos com baleias jubarte, uma espécie ainda ameaçada por atividades humanas e cuja pesquisa é considerada prioritária por diversas instituições nacionais, como o IBAMA, e internacionais, como a Comissão Internacional da Baleia (IWC). As jubartes foram escolhidas para dar início ao projeto porque são encontradas próximas à costa e são de fácil aproximação com pequenas embarcações.

A pesquisa é organizada em três fases: a preparação, o trabalho de campo e o acompanhamento dos sinais emitidos pelo Sistema de Satélites Argos.

O time do PMBS acredita que entender os hábitos migratórios das baleias é uma contribuição fundamental para desenvolver e ampliar as ações de conservação e manejo desses animais numa escala global. O habitat das baleias se estende por grandes áreas geográficas e é preciso entender como elas utilizam seu habitat para poder garantir sua sobrevivência.

Entre 2001 e 2004 foram colocados 21 transmissores em baleias jubarte.


Monitoramento via satélite traça a rota migratória das jubarte. Foto: Divulgação

+ Informações: www.projetobaleias.com.br