Napoleão Bonaparte, quando construiu seu império, investiu em levantamentos cadastrais dos territórios conquistados que inspiraram o moderno, eficiente e atual sistema cadastral europeu. “Nenhum país que deseje crescer com inteligência pode abrir mão de conhecer seu território”.

Num primeiro momento, até parece uma frase presidencial de improviso. “O Brasil precisa de mapas e cadastros atualizados” parece ser uma frase mais direta e precisa. “Vamos mapear o Brasil” ou “Radiografia do Brasil” podem até virar slogan de campanha de marketing.

Não importa o nome, o fato é que estamos avançando em passos lentos demais. Há décadas o IBGE não recebe investimentos suficientes para modernizar a área de Geodésia e Cartografia. Os avanços da instituição são fruto do heroísmo de sua equipe técnica. Na área de mapeamento sistemático, a única novidade é o criativo projeto do governo do Paraná, que está atualizando sua base cartográfica na escala 1:50.000.

Na área cadastral, a implantação da lei de georreferenciamento de imóveis rurais avança, mas de forma ainda claudicante devido às carências do governo e das pressões dos envolvidos diretamente.

Neste contexto, empresários que vendem equipamentos desejam que a nova lei se consolide, para que comecem rapidamente a ampliar suas vendas. Classes profissionais lutam para serem as responsáveis pelos levantamentos. Proprietários e cartorários avaliam as complicações no processo de enquadramento na lei. Enquanto isso, a sociedade aguarda o fim da grilagem de terras e dos latifúndios improdutivos, tudo por uma sociedade mais justa e um Brasil melhor.

O portal MundoGEO.com e as revistas InfoGEO e, principalmente, InfoGPS se comprometem, daqui para frente, a exercer uma pressão maior sobre os envolvidos, fazendo com que esses temas avancem de forma mais rápida.
Sem perder espaço para questões técnicas importantes, abrimos a oportunidade para que todos os envolvidos possam enviar sua opinião sobre duas questões cruciais para o Brasil: Cartografia e Cadastro.

Perguntamos:

– O que deve ser feito para que o governo assuma seu papel de responsável pelo mapeamento sistemático e por uma base cadastral rural e urbana moderna e eficiente?

– O que custa mais aos cofres públicos: executar os investimentos necessários ou deixar tudo como está ?

– Que barreiras devem ser ultrapassadas para que este tema seja prioritário para o governo? Lançamos nossas perguntas à sociedade. Com a palavra as universidades, o IBGE, a CONCAR (Comissão Nacional de Cartografia), as associações de classe de empresas e profissionais do setor, o restante do governo e os mortais usuários, desde os grandes de abrangência nacional, aos estaduais e municipais.

Emerson Zanon Granemann
Engenheiro Cartógrafo
Editor
emerson@mundogeo.com