A analogia com a esponja de aço pode não ser a mais adequada, mas a verdade é que existem hoje muito mais do que 1001 formas de se observar a Terra. Seja através de fotogrametria e escaneamento ao nível do solo – para aplicações em arquitetura e levantamentos as built – , câmeras analógicas, digitais, radar ou laser embarcadas em aeronaves, ou ainda com os sensores presentes em satélites, não há ponto do planeta que não possa ser mapeado.

Estão previstos, até 2013, mais de 30 lançamentos de satélites de observação da Terra, com sensores óticos ou radar, resoluções espaciais das mais variadas e diferentes taxas de revisita. De olho nesse grande mercado, que já ultrapassou as fronteiras do uso profissional e corporativo, os fornecedores de dados geoespaciais desenvolvem a cada dia novas plataformas, sensores e formas de disponibilização das informações para os seus clientes.

A revista InfoGEO esteve presente, recentemente, em dois eventos que tiveram como foco as imagens de satélites. Entre os dias 25 e 30 de abril, o Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (SBSR), que aconteceu em Natal (RN), apresentou o que há de mais avançado em pesquisa acadêmica na área de observação da Terra. Em São Paulo, no dia 26 de maio, aconteceu um encontro da DigitalGlobe com profissionais do setor de geotecnologia, focado nas imagens de alta resolução e acesso online a imagens de satélites.

Novos modelos de negócios vêm sendo lançados pelas empresas produtoras de imagens de satélites. Se antes o padrão era a compra por quilômetro quadrado, agora é possível assinar um serviço online, com acesso a imagens através de softwares de geoprocessamento por um determinado período. A disponibilização de software de geoprocessamento, apesar de ainda ser bastante focada na venda de licenças, também vem migrando para os conceitos de software como serviço e computação em nuvem.

A apresentação e disponibilização de dados geoespaciais é outro setor que vem mudando aos poucos, de duas para três dimensões. Além disso, o monitoramento de fenômenos já é possível em tempo “quase real”, com imagens de satélites captadas a cada segundo e disponibilizadas como se fossem um filme.

O sensoriamento remoto saiu do meio geek, dos aficcionados e profissionais de geoprocessamento, e agora está à mão do cidadão comum, com aplicações cada vez mais acessíveis. Fique ligado!

Nova seção: aerolevantamentos

Esta edição inaugura uma seção fixa na revista InfoGEO, com foco nas tecnologias e aplicações dos sensores embarcados em aeronaves. Veja como a tecnologia nacional de ortorretificação volumétrica pode criar um novo mercado, e as especificações necessárias para realizar um furo em um avião de aerofotogrametria. O mapeamento do Estado de Sergipe e o projeto de radiografia da Amazônia são outros destaques da seção de aerolevantamentos.

Eduardo Freitas OliveiraEduardo Freitas Oliveira
Engenheiro cartógrafo
Técnico em edificações
Mestrando em C&SIG
Editor da revista InfoGEO
eduardo@mundogeo.com