Diretor de Estratégia da Associação gvSIG

Gabriel Carrión e Alvaro Anguix, representantes da Associação gvSIG, estiveram em Curitiba (PR) em 2010 para participar das Primeiras Jornadas Brasileiras do gvSIG, e deram uma entrevista exclusiva para a revista InfoGEO.

InfoGEO: Quais são os objetivos da Associação gvSIG?

Gabriel Carrión: A Associação gvSIG tem como objetivo a sustentabilidade do projeto gvSIG e o desenvolvimento da geomática livre. No entorno dos valores democráticos e solidários, próprios do software livre, que têm acompanhado o projeto gvSIG desde seu nascimento, a Associação fomenta o desenvolvimento de um novo modelo de produção, baseado na cooperação e no conhecimento compartilhado, no qual parte do benefício gerado se reverta no fortalecimento do projeto gvSIG.

Ainda que seja conhecida por seu nome curto, como sua denominação mais extensa indica (Associação para a Promoção da Geomática Livre e o Desenvolvimento do gvSIG), somos uma entidade que, além do
gvSIG, trabalha na promoção da geomática livre e do uso de padrões.

IGEO: Quai foi a motivação para a organização das 1as Jornadas Brasileiras do gvSIG?

GC: Em setembro de 2009 foram realizadas as 1as Jornadas Latinoamericanas e do Caribe, em Buenos Aires, sob o lema “Cooperar é Crescer”. Naquelas jornadas estiveram presentes vários membros do Brasil, desde a Embrapa Florestas, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Centro Internacional de Hidroinformática e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul. A partir daí surgiram diversas iniciativas e, entre elas, esteve a preparação de um primeiro evento no Brasil, que servisse, entre outras coisas, para colocar em contato a Comunidade Brasileira interessada no gvSIG. Surgiu, dessa maneira espontânea, em Buenos Aires, e se materializou em setembro de 2010, com a celebração das 1as Jornadas Brasileiras do gvSIG, em Curitiba.

IGEO: Na sua opinião, qual é o futuro do Projeto gvSIG?

GC: Quando falamos de gvSIG, falamos de software, mas não fazemos referência à componente técnico-científica. Quando falamos de gvSIG também falamos de política e de economia, pois todas são disciplinas relacionadas que não podem entender-se uma sem a outra. É por isso que, quando falamos do futuro do gvSIG, devemos fazer referência a todas estas disciplinas.

Nós trabalhamos para um futuro onde o modelo gvSIG se converta em uma referência mundial em geomática -ciência- através do desenvolvimento de um modelo de negócio, -economia- onde colaboração, solidaridade e democracia sejam valores fundamentais e onde a soberania resida na comunidade -política. Isto, é o “que” queremos conseguir e, para isto nos é fundamental o “como”. É por isto que um dos preceitos clássicos do gvSIG é que não se trata de um caminho a percorrer, mas de um caminho a construir entre todos. Estamos falando de construir um novo modelo e o que temos segurança é que, para esta tarefa, as velhas ideias, os velhos esquemas não nos servem. Devemos apostar em novas ideias e novos esquemas para o novo modelo. Voltando à pergunta, “Qual o futuro do Projeto?”, será o que a Comunidade gvSIG decida, através do Sistema de Valores que se deriva do que temos comentado. Isso é o que cremos que haverá, que a Comunidade veja o gvSIG como algo próprio e se converta em um motor de transformação da realidade.

IGEO: As 2as Jornadas Brasileiras do gvSIG já têm data marcada?

GC: Em 2011 haverá uma coincidência, de maneira que se celebrarão em conjunto as 3as Jornadas Latinoamericanas e do Caribe e as 2as Jornadas Brasileiras. Está por confirmar as datas e o lugar, mas possivelmente será em setembro. O lugar que se está negociando são as instalações da Itaipú, em Foz do Iguaçú (PR). Convidamos quem quiser colaborar e participar na organização a escrever-nos: conference-contact@gvsig.com