Integrar Cartografia e Cadastro

Alguns governos criam ministérios ou secretarias para resolver questões delicadas. Existem alguns exageros, pois há tantas questões a resolver que seria impossível haver órgãos constituídos para tudo. Exemplo: crianças, terceira idade, mulheres, segurança. Infelizmente, é muita burocracia e na prática poucos resultados. Cabe aos governos buscarem soluções para os problemas principais, a partir de um plano de governo consistente, com visão de longo prazo e com uma estrutura mais enxuta possível.

Um bom exemplo é a Comissão Nacional de Cartografia (Concar), ligada ao Ministério do Planejamento. Entretanto, na minha opinião, ela deveria ter mais musculatura operacional para regular não só a cartografia como também a parte cadastral, tanto urbana como rural. Temos excelentes profissionais envolvidos no IBGE, Incra e Ministério das Cidades, que poderiam trabalhar efetivamente juntos.

Prover o país de informações cartográficas e cadastrais é fundamental para que políticas públicas possam ser melhor planejadas, implementadas e avaliadas. Desta forma, o IBGE poderia ficar só responsável pela pesquisa e estatística, o Incra pelas questões agrárias e o Ministério das Cidades focado na modernização dos municípios.

Na área cadastral, a integração de informações georreferenciadas dos meios urbano e rural seria a base para a montagem de um cadastro técnico multifinalitário a ser implantado em todo o Brasil. De fato temos uma grande carência destes dados e uma grande quantidade de empresas e profissionais habilitados para os levantamentos de campo. A normatização destes tipos de levantamentos está em curso, mas precisa vir acompanhada de uma constante atualização, devido ao avanço da tecnologia, bem como de uma legislação que oriente e determine o que precisa ser feito num prazo adequado.

Qual evento de Geo participar em 2011?

Como profissional ligado à promoção da geotecnologia, tenho recebido constantes indagações sobre a quantidade de eventos ligados ao setor previstos para 2011. Os colegas ficam na dúvida em qual participar.

Na minha opinião, quatro pontos são essenciais para avaliar um evento. Primeiro, a relevância do conteúdo é muito importante. Ela pode ser medida pelos temas e pelo nível dos profissionais que vão ser palestrantes ou debatedores. Na sequência, a organização do evento é interessante de ser avaliada, desde o fornecimento das informações antecipadamente, o pré-atendimento até a infraestrutura na realização do mesmo. Depois vem a divulgação, que deve ser antecipada e clara, facilitando a decisão do interessado e o acesso aos detalhes da programação. Por último, quem assina o evento, quem são os organizadores, apoiadores, patrocinadores e expositores. A diversidade e importância destas marcas no mercado faz toda a diferença.

O evento que estamos organizando para junho deste ano em São Paulo, o MundoGEO#Connect, é uma opção interessante. Além de buscarmos atender os requisitos acima, um dos diferenciais é que foi criado a partir de várias pesquisas que fizemos junto ao mercado. Desde seu formato de inscrições e a forma interativa da participação, até a montagem da programação, tudo foi fruto da contribuição da comunidade, que também opinou sobre a melhor periodicidade, local e época do ano.

Portanto, a resposta a pergunta acima é: o evento ideal será aquele que melhor atender suas necessidades.

Emerson Zanon Granemann
Engenheiro cartógrafo, diretor e publisher da Editora MundoGEO
emerson@mundogeo.com