Auditório do Museu de Arte Moderna em São Paulo lotou para o lançamento do Projeto Foco Santiago & Cintra

O lançamento do Foco Santiago & Cintra, projeto cultural de divulgação científica, lotou as dependências do Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, no dia 18 de maio. Por ser um evento aberto ao público interessado, representantes de diversos segmentos da sociedade paulistana estiveram presentes. O Foco também teve grande aceitação do público via web. Mais de 850 pessoas acessaram o site www.santiagoecintra.com.br/foco, no dia do projeto, e assistiram as palestras online, com permanência média de 40 minutos.

O tempo, as mudanças climáticas e as geotecnologias foram os temas abordados no circuito de palestras do Foco. Os renomados profissionais que palestraram apresentaram estudos e reflexões sobre estes temas.

Em sua palestra, Amyr Klink destacou, além de suas diversas experiências com travessias e circunavegações, a importância do tempo. Ao narrar os desafios enfrentados em suas viagens, o navegador confessou que tinha o desejo complexo de possuir o tempo.

O economista ambiental Ricardo Abramovay destacou que a entrada na nova era geológica coloca a humanidade diante do mais importante desafio jamais enfrentado, o Antropoceno. Pela primeira vez as atividades humanas estão sendo responsáveis por uma transformação em larga escala do ambiente no qual vivemos, cujas consequências podem ser catastróficas.

Já o especialista em geotecnologias Ricardo José de Carvalho, além de ter apresentado a tecnologia utilizada para medir o tempo e suas diversas aplicações, afirmou que os meios de geração, disseminação e conservação do tempo sofreram, ao longo dos séculos, uma grande evolução, marcada pelo aperfeiçoamento constante de vários dispositivos tecnológicos. Segundo o especialista, o tempo, no começo das civilizações humanas, era muito mais simples do que é hoje. O fenômeno natural do intervalo do dia e da noite fornecia a medida do tempo para os povos antigos.

A necessidade de maior rigor fez com que o homem buscasse inventar meios para efetuar a divisão do dia em 24 partes. Surgiram então dispositivos mecânicos, como as pêndulas (determinadas por observações astronômicas). Dessa forma o tempo ficou controlado e medido pelo homem. Em um determinado momento, surgiu uma inovação do pêndulo, o quartzo. Descobriu-se que o quartzo estimulado por potencial elétrico gerava uma frequência que podia ser utilizada com uma referência de tempo.

Os pontos fracos dos osciladores de quartzo foram superados pelos relógios atômicos, que usam as ressonâncias dos átomos para medir tempo e frequência. Um átomo também pode ser estimulado por agentes externos (ondas eletromagnéticas) para atingir estados energéticos nos quais apresenta ressonâncias, ou oscilações, em uma frequência bem definida, servindo como padrão para relógios.

Uma aplicação moderna do relógio atômico é o GPS. Basicamente o sistema foi desenvolvido com aplicações militares pelo departamento de defesa norte-americano. Depois de algum tempo, por pressões comerciais e interesses de negócios, ele foi aberto para diversas aplicações, como navegações de aeronaves e navios comerciais, monitoramento de caminhões de transportes, carros de passeio, localização, mapeamento, sincronização, entre outros.

Hoje, a Hora Legal Brasileira é gerada pelo Observatório Nacional através de nove relógios atômicos que são intercomparados continuamente. Há mais de 180 anos o Observatório Nacional gera, conserva e dissemina a Hora Legal Brasileira para todo o território nacional.

Ricardo José de Carvalho concluiu a palestra esclarecendo que “o tempo domina nosso modo de vida e todas as atividades da civilização moderna. Sem um tempo preciso, nossa vida diária não flui de forma adequada”.

Para quem não participou do primeiro Foco Santiago & Cintra, não se preocupe. Além de conseguir assistir as palestras na íntegra pelo site www.santiagoecintra.com.br/foco, o interessado terá uma nova oportunidade. A segunda etapa do Foco acontecerá em agosto. Aguarde mais informações!

Com informações de Laiz Santos, assessora de imprensa da Santiago & Cintra