Rumo a um mundo mais sustentável

No meio desta ebulição do mercado de geomática no Brasil, me proponho a apresentar alguns pontos para reflexão que, a meu ver, poderiam auxiliar a tornar este movimento alavancador mais sustentável.

Precisamos de uma maior aproximação da inciativa privada com as universidades. Levando-se em conta as modestas iniciativas existentes, temos muito ainda a melhorar na elaboração de projetos inovadores construídos por ambos. Ganham todos: as empresas por otimizar recursos, aprimoram suas equipes e melhoram seus resultados; e as universidades atualizam professores, preparam melhor seus alunos e obtêm recursos para melhorar suas estruturas.

Outro ponto importante é haver um maior contato entre os empresários do setor, deixando de lado a concorrência predatória e o jurássico corporativismo. Mais juntos, poderiam conquistar avanços perante a sociedade, na medida em que apoiassem ou até executassem ações de divulgação das geotecnologias. Bem como abrissem o diálogo com o governo na busca da construção de melhores projetos que visem otimizar investimentos, além de elaborar pesquisas que mostrassem a força econômica e geradora de empregabilidade do setor.

Em terceiro, tenho convicção de que o governo, nas três esferas, mas principalmente o federal, ainda não colocou as geotecnologias na real prioridade que o assunto merece em sua agenda política. Normas e procedimentos vão surgindo, mas numa velocidade incompatível com as demandas do mercado. Tanto sob o ponto de vista de usar melhor as novas tecnologias como na preocupação com as especificações técnicas corretas dos projetos. A maioria dos usuários públicos ainda é órfã neste aspecto, contratando mal, copiando editais ou seguindo orientações técnicas duvidosas. Isto gera, como resultado, desperdício de recursos públicos e frustração dos usuários com a tecnologia.

Estamos frente a três desafios que podem ser superados pela nova geração de profissionais que está sendo formada e que já está no mercado. A geração entre 18 e 30 anos, denominada de Y, está avançando no mercado de forma avassaladora. Muito à vontade no ambiente online de alta velocidade e se comunicando via redes sociais e twitter, eles estão transformando os ambientes corporativos.

Acredito que esta geração, alinhada com o novo momento de construção de um mundo mais sustentável, logo estará no topo das decisões e “atropelando” as gerações X (nascidos entre 1961 e fim dos anos 80) e os baby boomers (nascidos entre 1946 e início dos anos 60). Acreditem, isto já está acontecendo. No fundo, toda a sociedade vai ganhar, com a soma das gerações usando a geoinformação como ferramenta de tomada de decisão segura.

Tudo isso para que depois a geração Z (menores que 18 anos) assuma um mundo onde a escassez de mapas, a falta de cultura em usá-los e os trabalhos sobrepostos sejam coisas do passado.

Emerson Zanon Granemann
Engenheiro cartógrafo, diretor e publisher da Editora MundoGEO
emerson@mundogeo.com