Presidente da Comissão Nacional de Cartografia

Maria Lucia de Oliveira Falcón assumiu em fevereiro a presidência da Comissão Nacional de Cartografia (Concar). Possui graduação em agronomia e mestrado em economia pela Universidade Federal da Bahia, e doutorado em sociologia pela Universidade de Brasília. É bolsista/pesquisadora sem vínculo, conselheira fiscal do Petróleo Brasileiro, Secretária de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e professora adjunta da Universidade Federal de Sergipe.

InfoGEO: Como foi sua passagem pela Secretaria de Planejamento de Aracaju e pela Secretaria Estadual de Planejamento de Sergipe? Como esta experiência será transferida para o cenário nacional?

Lúcia Falcón: Durante esses anos de experiência na administração pública, sobretudo na atividade de planejamento e gestão, pude perceber na prática o valor da cartografia e do geoprocessamento como ferramenta de planejamento e desenvolvimento de políticas públicas em diversas áreas temáticas. Na Prefeitura Municipal de Aracaju, em 2003, investimos na geração de uma nova base cartográfica na escala 1:1.000 com foco na geração de um Cadastro Técnico Multifinalitário. No governo do estado de Sergipe, em 2007, um grande avanço se deu com o resgate da função planejamento, com a inserção dos componentes territorialização e participação popular presentes na definição das políticas públicas. No governo federal a expectativa é retomar os trabalhos da Concar, com destaque para a implementação do Plano Cartográfico Nacional e a implantação da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde).

MG: Considerando que o Brasil é um país de dimensões continentais e com um espaço geograficamente diferenciado, e também em termos de desenvolvimento, com muitas demandas de cartografia e de agrimensura, como será a Política Cartográfica Nacional daqui em diante?

LF: O MP é o gestor do Sistema Cartográfico Nacional (SCN), cabendo à Secretaria de Planejamentos e Investimentos Estratégicos a função de presidir a Concar, que tem como uma das suas responsabilidades coordenar a Política Cartográfica Nacional. A atual presidência da Concar está consolidando a retomada do seu papel e de sua missão, com um enfoque estratégico na participação maior pelos entes federados. Não se deve esquecer o esforço permanente da Comissão para a geração de normas e padrões visando principalmente à realização e consolidação da Inde. As discussões sobre a Política Cartográfica Nacional estão na pauta do dia e acredito que o Brasil precisa avançar no conhecimento e apreensão dessa diversidade
geográfica para oferecer respostas mais especializadas e precisas ao planejamento e à gestão territorial, fornecendo bases para o desenvolvimento econômico e social. Há proposta para revisão do plano cartográfico nacional, mas a questão ainda não esta fechada.

MG: Existe algum cronograma definido para a capacitação dos colaboradores na produção dos dados cartográficos públicos e privados? O que a nova presidente da Concar pensa em adotar como política de formação de mão-de-obra especializada em cartografia?

LF: Na elaboração do Plano de Ação da Inde foi considerada a necessidade de formação de recursos humanos e para isso foi verificada a necessidade de criar um programa de capacitação, visando desenvolver e prover conhecimentos, habilidades, comportamentos e atitudes para atender a requisitos específicos dos diversos componentes e dimensões do projeto. Essas capacitações e treinamentos deverão abarcar itens relativos às ciências geodésicas, cartográficas, além de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC).