Eventos recentes, como os terremotos no Haiti e no Chile, as tsunâmis no Japão e os deslizamentos de terra no Rio de Janeiro mostraram a dependência da sociedade de mapas atualizados em situações de emergência. Com a computação em nuvem e a popularização de celulares dotados de GPS, o setor de geotecnologia passou a contar com um novo componente para o mapeamento de áreas atingidas por desastres naturais: a geocolaboração.

Além disso, as redes sociais levam a colaboração entre pessoas, empresas e poder público a um patamar nunca antes imaginado. Com a velocidade da internet e o efeito viral, milhões de pessoas geram e compartilham informações, reações e comentários, fornecendo registros “georreferenciados” sobre posts, pontos de interesse, fotos, vídeos, eventos, viagens, empregos, estudos, check-ins, check-outs e uma infinidade de outras ações. Cabe aos administradores das redes fazer a mineração desses dados para obter tendências e padrões.

Somos, hoje, mais de seis bilhões de habitantes sobre a Terra, alguns levando consigo mais do que um sensor – um celular com multi-funções, por exemplo – , o que nos torna uma verdadeira rede de sensores operando todo o tempo, com infinitas possibilidades de conexão.

Assim como os dados de “campo” estão invadindo o setor de geoprocessamento, por outro lado as imagens também estão cada vez mais presentes na área de geomática. Os setores de geoprocessamento/sensoriamento remoto e topografia/agrimensura tendem a estarem cada vez mais próximos. Em um futuro não tão distante, cairão totalmente as barreiras entre estes dois “mundos”, antes tão diferentes e agora cada vez mais iguais. Tantos os profissionais como as empresas vão atuar nesta grande e vigorosa indústria da informação geoespacial: a geoinformação.

Eduardo Freitas
Engenheiro cartógrafo, técnico em edificações e mestrando em C&SIG
Editor da revista InfoGEO
eduardo@mundogeo.com