No dia 23 de abril de 2013 foi criado o Instituto Brasileiro de Empresas de Geomática e Soluções Geoespaciais (IBG), em uma reunião realizada em São Paulo (SP). Na ocasião, 17 empresas assinaram o acordo para fundar o Instituto, que tem o objetivo de criar uma indústria competitiva, sustentável, ética e socialmente responsável.

Segundo o conselho deliberativo, a meta estabelecida é chegar a 40 associados até o final de 2013 e a 60 até maio de 2014, quando o IBG completará um ano. Atualmente o Instituto conta com 24 empresas associadas. Veja a seguir uma entrevista com Weber Pires, Diretor Executivo da Satmap – uma das empresas associadas ao IBG – sobre suas expectativas em relação ao Instituto Brasileiro de Geomática.

IBG: Por que sua empresa decidiu se associar ao IBG?
Weber Pires:
Acredito que somente com as empresas organizadas em uma sociedade civil sem fins lucrativos poderemos ter uma maior representação perante aos órgãos de governo e a sociedade e fortalecer o setor de geomática no Brasil.

Diretor da Satmap fala sobre o Instituto Brasileiro de Geomática-Weber PiresIBG: Quais devem ser as prioridades do Instituto?
WP:
Na minha opinião uma das principais prioridades do Instituto será o de levantar informações mais concretas sobre o setor, qual o tamanho do mercado de geomática no Brasil, qual a capacidade de oferta das empresas em prover produtos de mapeamento, localização, topograia, imageamento por satélites, serviços de sensoriamento remoto, imagens fotográficas aéreas, etc para contribuir com o desenvolvimento da infraestrutura digital espacial do nosso país que está muito incipiente em relação ao restante do mundo.

IBG: Como o IBG pode ajudar o mercado de Geomática a crescer de forma sustentável?
WP: Creio que a análise do setor pelo Instituto poderá contribuir para o melhor conhecimento das empresas que oferecem diferentes tipos de serviços e de maneira que possamos inovar em termos de novos produtos e técnicas para oferecer no mercado. Com isso, quem sabe teremos inspiração para construir empresas com melhor capacitação técnica na prestação de serviços e no fornecimento de produtos de melhor qualidade valorizando em primeiro lugar os profissionais do setor.

IBG: Quais as vantagens para o Brasil em ter um grupo mais forte de empresas do setor de Geomática?
WP: Quando um setor se torna mais forte e possui uma representação organizada a tendência natural é que se torne mais conhecido e valorizado por toda a sociedade. Desta forma, as empresas sérias que valorizam o profissional de geomática e que trabalham de maneira profissional passam a ser reconhecidas no Brasil pelos projetos que ajudam a desenvolver e pela economia de se construir projetos bem planejados. Assim, acredito que criamos um ciclo virtuoso de investimento e planejamento territorial para o desenvolvimento da infraestrutura do pais. Com empresas brasileiras mais fortes e organizadas, o país passa a ser também reconhecido internacionalmente e poderá desenvolver outros mercados principalmente para a América do Sul, que possui um grande potencial de crescimento.

Portanto, acredito que o Instituto tem um importante papel na representação das empresas do Setor de Geomática. Quando nos tornamos fortes, não só as empresas se fortalecem, mas toda a sociedade Brasileira. Nosso setor precisa urgentemente mostrar a toda a sociedade que, para se alcançar todo o potencial de desenvolvimento brasileiro, seja no setor agrícola, energético, de infraestrutura ou de mobilidade urbana, os investimentos em infraestrutura precedem um bom planejamento. Da maneira como estão sendo feito os investimentos no Brasil, a sociedade Brasileira está sendo muito prejudicada, pois pagamos caro pela  falta de planejamento para os investimentos necessários a infraestrutura do país. Sem mapas não existe um bom planejamento, e sem conhecer o território fazemos escolhas equivocadas e pagamos mais caro pelos erros de projetos que poderiam ser melhores administrados. Vemos uma crescente demanda por produtos e serviços, mas existe um despreparo enorme no Brasil para conduzir o planejamento de obras de infraestrutura, pela falta de produtos básicos como mapeamento do território em escala detalhada. Não por falta de capacitação interna, mas por falta de visão de futuro e  planejamento territorial de longo prazo.

Para mais informações, acesse a página www.ibgeo.org, ou entre em contato com Bruno Born, gerente-executivo do IBG: contato@ibgeo.com / (41) 3338-7789.