Anac apresenta proposta de regulação

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) encerrou o ciclo de debates sobre a regulamentação dos Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS) – mais conhecidos como VANTs ou Drones – apresentando proposta de norma durante o 2° workshop sobre o tema, promovido nos dias 19 e 20 de fevereiro, em São José dos Campos (SP). O evento foi destinado ao público externo e contou com a participação de entes governamentais envolvidos com o assunto.

O workshop teve como objetivo a apresentação, pelas áreas técnicas da Agência, da proposta de norma para operações não-experimentais de aeronaves remotamente pilotadas e a discussão da proposta junto aos interessados do setor, com a finalidade de aprimorar a regulamentação. O normativo proposto ainda será submetido a audiência pública, oportunidade na qual qualquer interessado poderá encaminhar contribuições.

A proposta da Anac apresentou uma classificação para os Drones, conforme critérios relacionados às características da operação (altitude, operação ao alcance da visão ou além dela, operação noturna, operação em áreas confinadas, entre outras): classe I: 150kg em diante; classe II: 25 a 150kg; e classe III: 0 a 25kg.

A previsão, de acordo com a Anac, é que regulamentação entre em vigor até o fim de 2014.

Maptek investe em Drones

A empresa chilena Maptek, fornecedora de tecnologia para mineração, anunciou um acordo com a DroneMetrex, empresa australiana atuante na área de tecnologia para mapeamento fotogramétrico com VANTs. A aeronave oferecida pela DroneMetrex se chama TopoDrone-100 e permite aos usuários coletarem grandes quantidades de dados digitais de terreno e imagens de alta qualidade.

Anac certifica mini-VANT privado

A Anac emitiu o primeiro Certificado de Autorização de Voo Experimental (Cave) para um mini-drone (categoria até sete quilos) privado e de uso civil. O Echar 20A, desenvolvido pela XMobots, empresa sediada em São Carlos (SP), é o segundo veículo não tripulado fabricado pela companhia a receber da Agência a autorização para realizar voos em território nacional com objetivo de pesquisa e desenvolvimento. Em maio de 2013, o Cave havia sido emitido para o VANT Nauru 500A, primeiro drone privado do país a receber o Certificado.

Hexagon adquire a Aibotix

O Grupo Hexagon adquiriu recentemente a Aibotix, fabricante de sistemas inteligentes para aplicações aéreas de alta eficiência. Com sede na Alemanha, a empresa é a fabricante do Aibot X6, uma nova geração de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) com decolagem e pouso na vertical, lançada no início de fevereiro. O novo drone permite integração com diferentes instrumentos de medição e outros sensores, tais como RTK e receptores GNSS, para maior precisão.

VANT realizará mapeamento na Bahia

O Instituto Federal Baiano (IF Baiano) recebeu autorização de uso do espaço aéreo pelo Ministério da Defesa, através do Comando da Aeronáutica, para realizar o mapeamento multifinalitário de alguns campi com o VANT Nauru 500, no período de janeiro a abril de 2014. Com a liberação das Notam, o Instituto, por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Propes), dará continuidade à execução da segunda etapa do projeto do Atlas Digital em 3D, que será disponibilizado na internet.

FAB recebe VANTs da Espanha

O Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial (Inta), órgão vinculado ao Ministério da Defesa espanhol, informou que entregou para a Força Aérea Brasileira (FAB) dois VANTs chamado de “Diana”, como parte de um acordo com a empresa brasileira Equipaer Indústria Aeronáutica para a transferência de tecnologia. Estas aeronaves são usadas para aplicações de defesa, e capazes de embarcar vários sistemas de armas. Por meio do acordo, o Inta fornece ao governo brasileiro duas unidades, compostas por um sistema de controle em terra e um segmento terrestre, além de um lançador comercial e um carro adaptador.

Monitoramento de florestas

Desde 2013 a Eldorado Brasil realiza testes com Veículos Aéreo Não Tripulados, sobrevoando plantações de eucalipto. Atualmente, os VANTs estão plenamente operacionais e apresentando resultados altamente eficientes. A empresa já conta com três aeronaves, que podem operar com três níveis de altura, chegando a 130 metros e com precisão que permite contar e captar detalhes desde o plantio das mudas até o desenvolvimento das árvores. A tecnologia registra hectare por hectare e, para armazenar os mapas gerados com a precisão de detalhes que a nova tecnologia exige, foi instalado um “supercomputador” com capacidade para processar e arquivar os registros e também foi contratado um especialista em GIS. “Para se ter uma ideia da qualidade da imagem, são feitas em média quatro fotos por quadrante com resolução de 4 a 6 centímetros por pixel”, explica Marcio Bernardi, coordenador de planejamento e mensuração florestal da Eldorado.

Mercado Brasileiro em alta

Os drones, militares ou civis, já estão presentes em mais de 75 países, segundo um relatório de 2012 do Congresso dos Estados Unidos. Em 2005, apenas 40 países detinham esse tipo de equipamento. O Brasil está entre os países que mais utilizam drones sem armamentos para missões militares e civis. Recentemente, a Embraer anunciou um acordo com a empresa israelense Elbit Systems para produzir estas aeronaves no Brasil. A parceria será feita por meio da empresa de defesa Avibras, que integra a Harpia Sistemas, criada pela Embraer em 2011 em conjunto com uma subsidiária da Elbit, a AEL Sistemas.

A parceria pode ser representativa para o Brasil, pois Israel é um dos líderes no desenvolvimento de tecnologias para drones. “Israel e EUA são os países com grandes vantagens comparativas em tecnologia neste setor. Israel tem vários casos de sucesso ao colocar drones no mercado público. O país tem vendido drones para várias nações e arrebatado, na prática, mais mercado de vendas externas que os EUA”, explica Michael J. Boyle, professor-assistente de Ciências Políticas da Universidade de La Salle (EUA) e analista de política externa norte-americana.

Segundo o Ministério da Defesa, as Forças Armadas usam drones em missões de reconhecimento, aquisição de alvos, apoio a direção de tiro, avaliação de danos e vigilância terrestre e marítima de fronteiras, especialmente na Amazônia. Na área civil, os drones já foram usados como apoio em casos de desastres naturais, como incêndios florestais e enchentes. A Marinha brasileira utiliza pequenos aviões não tripulados desde os anos 90 para treinamento de tiro a partir de navio. Os fuzileiros navais também usam os aparelhos em missões de observação desde 2006, além de um VANT nacional. Já a Polícia Federal utiliza os drones na elucidação de crimes, em varreduras antibomba, e em perícias de obras de engenharia civil, como terraplanagem e meio ambiente.