Novos materiais e miniaturização impulsionam crescimento do setor

Relatórios sobre o mercado das geotecnologias são importantes, pois revelam o panorama e as tendências no setor em termos econômicos. Esses relatórios trazem informações sobre segmentos de mercado na área das geotecnologias que interessam a pesquisadores; profissionais do governo, do setor privado e também de negócios, tais como gerentes de marketing; além de estudantes de pós graduação e graduação. As projeções, previsões e análises de tendências encontradas nesses relatórios fornecem aos leitores dados e informações que auxiliam a tomada de decisão.

Após o MundoGEO#Connect LatinAmerica 2014, o qual estive como moderador do seminário “Imagens de Satélite e Aéreas”, resolvi pesquisar algumas tendências de mercado sobre os sensores orbitais, em outras palavras imagens de satélite. Pesquisei também sobre o mercado de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), mas vou deixar para falar sobre isso no futuro. Nesta edição abordarei as imagens de satélite e algumas tendências, em cifras, no mercado americano, principal fornecedor do segmento de sensoriamento remoto orbital.

Uma pesquisa realizada pela BCC Research fornece uma visão geral do mercado global de tecnologias de sensoriamento e monitoramento ambiental. O relatório da pesquisa apresenta análises de tendências do mercado global, com dados de 2013, estimativas para 2014 e as projeções de taxas de crescimento anual até 2019.

O relatório estima que sensores de monitoramento de âmbito global terão crescimento de 13,2 bilhões em 2014 para cerca de 17,6 bilhões dólares americanos em 2019, com uma taxa de crescimento anual de 5,9% para o período.

Segundo o relatório, há três tendências: a primeira é a revolução tecnológica na concepção e engenharia de sensores individuais e componentes do sensor. A tendência em termos de sensores individuais é para a miniaturização, isto é, baseado em inovações em sistemas micro eletromecânicos (MEMS em inglês) e na utilização de novos materiais, como o grafeno e nanotubos de carbono. Fazendo sensores menores, reduz-se os custos de materiais e exigências de energia, facilitando o surgimento de constelações de satélite. A segunda tendência é a melhoria contínua das especificações técnicas na detecção do sensor. Limiares muito mais baixos de detecção já foram alcançados e este é o caso da detecção de substâncias químicas, por exemplo. Isso faz com que as técnicas de sensoriamento tornem-se mais valiosas e, portanto, mais atraentes para aquisição. A terceira tendência é o desenvolvimento de sensores ambientais e as redes de monitoramento. Há uma explosão no número, extensão e capacidade das redes. No âmbito governamental, as despesas anuais de manutenção e operação dessas redes é de quase 500 milhões de dólares nos EUA.

Somente nos EUA, cerca de 250 bilhões decorrem das atividades de monitoramento e controle de poluição, por ano, considerando o uso de imagens orbitais.

Sensores ambientais e tecnologias de monitoramento estão se tornando um negócio substancial, o crescimento é quase certo devido ao fato de que as economias globais devem gerir o seu impacto ambiental ou, eventualmente, destruirão a si mesmos. Atualmente os conceitos ambientais estão inseridos na sociedade, forçando revisões nas agendas políticas de governo.

Para saber sobre os principais avanços da tecnologia em sensoriamento remoto, leia a coluna GeoQuality da edição 72 da revista MundoGEO.

Wilson Anderson Holler

Engenheiro Cartógrafo, Esp. (UFPR), Supervisor de equipe na Embrapa Gestão Territorial
wilson.holler@embrapa.br