Autodesk University teve sua 4ª Edição no Brasil, nos dias 7 e 8 de outubro. Evento apresentou conceitos e tendências sobre o futuro da tecnologia aplicada em empresas dos mais diversos portes e setores

A Autodesk, fornecedora global mundial em soluções de projetos 3D, realizou a 4ª edição do Autodesk University Brasil, evento que se consagrou no país como o maior encontro de inovação na área de projetos no país. As tecnologias aplicadas para transformar o dia a dia da gestão dos negócios e a experiência adquirida com os principais profissionais do mercado brasileiro são base do encontro que, neste ano, foi realizado em dois dias, no WTC Convention Center, em São Paulo (SP).

Nessa edição, os participantes contaram com a presença do líder mundial em desenvolvimento de soluções de design e engenharia da Autodesk, Amar Hanspal, que falou sobre a mudança fundamental na maneira em que as coisas serão projetadas e como essa mudança também irá atingir e contribuir para os negócios e a sociedade, em geral. Como em todos os anos, o evento também recebeu especialistas e parceiros da indústria dos segmentos de design, arquitetura e construção, engenharia civil, manufatura e entretenimento, com suas dicas e truques para trazer maior produtividade ao trabalho e descobrir todo o poder da utilização da tecnologia para resolver desafios técnicos e de negócios.

A quarta edição brasileira do Autodesk University, que já ocorre há mais de 20 anos nos Estados Unidos, focou em mostrar as tendências e ferramentas tecnológicas possíveis para que os profissionais dos diversos segmentos possam de fato alcançar suas metas de forma mais competitiva. O evento reuniu cerca de 2 mil profissionais, de diversos setores.

BIM 360: a evolução na engenharia e construção

Estava presente no Autodesk Brasil 2014 Luiz Augusto Pereira, diretor de Engenharia e Sistemas de Gestão da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), apresentando o processo de adoção da tecnologia Autodesk BIM Field 360, ferramenta que se baseia na nuvem e permite a melhoria nos processos do canteiro de obras e a disponibilização de informação gerencial, métricas para tomada de decisão e planejamento.

Com atuação em um segmento que historicamente tem processos padronizados e pouco inovadores, o objetivo da CCDI ao ser pioneira na adoção da nova tecnologia foi atuar diretamente na variável de maior impacto da cadeia da construção civil: a gestão integrada. Com o BIM Field, a CCDI obterá detalhes que permitirão o acompanhamento de todos os processos do projeto de forma online e poderá atuar diretamente na solução apontada de forma remota. “Já estamos utilizando iPads no canteiro de obra e a adaptação tem sido muito rápida. Com esse projeto, o objetivo é melhorar a integração entre escritório e obra, agilizar a troca de informações, reduzir o consumo de papel e ganhar produtividade”, conta Luiz Pereira.

Luiz Pereira, diretor de Engenharia e Sistemas de Gestão da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário. Foto: MundoGEO

Sobre as dificuldades de implementação do BIM no Brasil, Luiz Pereira afirma que a adoção do BIM está muito ligada à percepção do que de fato tem de valor na metodologia. “Muitas empresas de arquitetura e engenharia adotam o BIM mais como exigência do que uma convicção de que aquilo é o caminho futuro.  Muitas vezes as pessoas enxergam o BIM somente como um fim. Fazendo um paralelo da mudança da prancheta para o AutoCAD há vários anos atrás, a mudança agora do 2D para o BIM é muito maior. Modelar o empreendimento é um desafio muito maior. O perfil das pessoas envolvidas muda, você enxerga todo o processo de produção acontecendo no seu modelo”, explica o diretor.

A medida inovadora impacta diretamente em custos, prazos e detalhamento do projeto. O BIM Field 360 é o avanço do BIM, tecnologia que compreende a junção de hardware e software, e permite prever o modelo inicial do projeto em 3D (com animações absolutamente próximas do real), o gerenciamento de materiais pelo setor de compras e a gestão e execução do cronograma de todas as etapas da obra. Os impactos também são previstos e, portanto, fica mais fácil promover ações para minimizá-los. Segundo a Autodesk, o BIM Field 360 leva esta metodologia para o canteiro de obras.

Para Ricardo Bianca, Especialista Técnico da Autodesk do Brasil, como toda inovação, ainda há resistência na adoção dessa solução, uma vez que ela apresenta nova proposta de projetar e executar obras críticas. Porém já há muitos movimentos no Brasil que apontam que este é um caminho para a competitividade e produtividade. “Os profissionais que não adotarem, com certeza, perderão mercado, clientes e dinheiro”, aponta.

Estudo recente da McGraw Hill Construction informou que apenas 24% das empresas pesquisadas utilizam BIM no Brasil em mais de 31% de seus projetos. Nos Estados Unidos o número é mais que o dobro. A expectativa é de que, em 2015, esse percentual cresça 73%, colocando o Brasil na segunda posição, logo abaixo dos EUA, acima da Alemanha (72%) e França (71%). Ricardo Bianca explica que  a pesquisa acredita nisso por que o Brasil é líder em profissionais que acreditam que o BIM é um importante vetor de redução de custo de construção: 46% dos brasileiros contra 23% da média mundial. Também o estudo apontou que a população brasileira e agentes do mercado já cobram a utilização do processo pelas empreiteiras: enquanto a média mundial é de 36%, o Brasil está acima, com 63% .

Alexandre Scussel esteve no Autodesk University 2014 a convite da Autodesk