Técnicos do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), da Universidade Federal do Parana (UFPR), iniciaram no dia 4 de Novembro uma vistoria por cerca de 700 quilômetros no rio Paraguai, no trecho entre Corumbá, Mato Grosso do Sul, e Cáceres, Mato Grosso, para avaliar as condições de navegação da hidrovia.

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Transporte de cargas na hidrovia do rio Paraguai em Mato Grosso do Sul / Imagem: TV Morena

O trabalho faz parte do estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (Evtea) da hidrovia do rio Paraguai, que está sendo realizado pela entidade a pedido da Diretoria de Infraestrutura Aquaviária (DAQ), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que pretende ampliar o transporte de cargas pela hidroviária, desafogando o modal rodoviário em Mato Grosso do Sul.

Integram a equipe do ITTI, engenheiros civis e cartógrafos. Eles estarão percorrendo por cerca de suas semanas, até o dia 20 de novembro, o chamado tramo norte da hidrovia para complementar a batimetria, a medicação da profundidade do canal do rio, para avaliar a possibilidade de navegação.

A equipe ainda realizará a medição dos sedimentos nas áreas mais críticas de navegação, que representam no mínimo dez pontos, além da instalação de marcos geodésicos, essencial para avaliar a necessidade de dragagem do rio para melhorar a navegação e o transporte de cargas.

A viagem foi definida em reunião com o 6º Comando do Distrito Naval, de Corumbá, que assegura apoio logístico a equipe do ITTI. Essa será a segunda campanha realizada em parceria com a Marinha.

A hidrovia

De acordo com o instituto, a hidrovia do rio Paraguai é uma das que oferece as melhores condições de navegação no país. Vai de Cáceres, em Mato Grosso, até Nova Palmira, no Uruguai. São 3.442 quilômetros que servem Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, dos quais 1.270 km ficam em território brasileiro.

De acordo com dados da Administração da Hidrovia do Paraguai (Ahipar), mais de 6 milhões de toneladas de cargas são transportadas pela hidrovia anualmente, sendo escoados principalmente minério de ferro e manganês.

Estudo

O coordenador-geral do estudo, Eduardo Ratton, explica que no trabalho estão sendo pesquisadas além das características físicas da hidrovia, todas as diretrizes de ordem econômica que interagem com o seu entorno, se levantando as questões socioeconômicos e ambientais da região.

Ele diz que o resultado do levantamento será um quadro completo da hidrovia, de modo que sua utilização seja econômica e ambientalmente viável, além de segura e com seu uso pleno como corredor hidroviário até o cenário de 2035.

Os trabalhos incluíram a avaliação e o cadastramento da sinalização náutica, identificação dos processos erosivos existentes nas margens e possíveis impactos ambientais, rastreamento do canal navegável e determinação de sua profundidade, entre outras atividades.

Fonte: G1