Área equivalente ao total de corte raso verificado em 2011 está em processo de regeneração – em torno de 6 mil km2, segundo os novos dados do TerraClass, projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para mapear o uso das áreas desmatadas na Amazônia.

Regeneracao-AmazoniaOs resultados foram apresentados nesta quarta-feira (26/11) pelos ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Clelio Campolina Diniz, e do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira, dirigentes e pesquisadores do Inpe e Embrapa, durante entrevista coletiva na sede do MMA, em Brasília.

De 2008 até 2012, as áreas em regeneração (vegetação secundária = 113 mil km2) são 2,5 vezes maiores do que o total desmatado (44 mil km2) no mesmo período.

O relatório TerraClass 2012 aponta que a agricultura é responsável por apenas 2% dos desflorestamentos recentes na Amazônia Brasileira, pois as plantações estão avançando sobre locais onde havia pastagens.

Áreas antes destinadas à pecuária também cederam espaço para a vegetação secundária. Ainda assim, áreas de pastagem respondem por aproximadamente 60% do uso das terras desflorestadas na Amazônia. As áreas em regeneração (vegetação secundária) correspondem a 23%, enquanto a agricultura está relacionada a 6%.

O TerraClass qualifica as áreas mapeadas pelo Prodes, o sistema do Inpe que contabiliza anualmente o desmate por corte raso na Amazônia Legal com base em imagens de satélites. Para este relatório foram mapeados 751 mil km2, o que corresponde ao total do desmatamento desde o ano 1988 até 2012.

A área mapeada em 2012 teve um aumento de 43,5 mil km2 em comparação com o primeiro relatório (TerraClass 2008). Dos desflorestamentos ocorridos desde 2008 até 2012, 63% tornaram-se pastagem (17.515 km2), 19% vegetação secundária (5.424 km2) e 2% agricultura (513 km2).

Para descrever a situação do uso e da cobertura da terra, o projeto considera as seguintes classes temáticas: Agricultura Anual, Pasto Limpo, Pasto Sujo, Pasto com Solo Exposto, Regeneração com Pasto, Vegetação Secundária, Mosaico de Ocupações, Mineração, Área Urbana e Reflorestamento.

O percentual de área ocupada pelas classes de pastagem apresentou uma pequena redução, mantendo-se nos três anos mapeados (2008, 2010 e 2012) próximo de 60%. A área ocupada desta classe em 2008 era de 447 mil km2, tornando-se 443 mil km2 em 2012. Os estados do Acre, Rondônia e Tocantins são os que, percentualmente, mais destinam as áreas desmatadas para pastagem, com mais de 70% convertido para este tipo de uso. A classe de pastagem é a que mais cede área para agricultura ou para vegetação secundária.

As classes com maior aumento de 2008 a 2012 foram mineração e área urbana – crescimento de 7,5% e 6,9%, respectivamente. Já a classe mosaico de ocupações teve a maior redução, de 17,1%.

Também ocorreu um aumento da área de agricultura anual, passando de 35 mil km2 em 2008 para 42 mil km2 em 2012, representando uma taxa média de crescimento da ordem de 4%. Cerca de 70% das áreas agora mapeadas como agricultura já apresentavam este uso em 2008 – 12 mil km2 foram convertidos para agricultura entre 2008 e 2012. Destes, a expansão agrícola ocorreu quase que exclusivamente sobre áreas de pastagem (80%) e de vegetação secundária (9%).

Fonte: INPE