O levantamento batimétrico foi realizado entre maio e outubro de 2014, período em que foram coletados dados de mais de 150.000 km², que permitiu a elaboração de mapas de alta resolução do fundo do mar

Divulgado pelo departamento de Geociências da Austrália, a busca pelo avião desaparecido MH370 da Malaysia Airlines, incluía levantamento batimétrico utilizando um sonar multi-feixe, o que resultou em um mapa detalhado da topografia do fundo do mar da área pesquisada.

Antes das buscas pelo MH370 começar, foi necessário mapear precisamente o fundo do mar de modo a assegurar que a busca fosse realizada com segurança e eficácia. Assim, embarcações de pesquisa batimétrica passaram meses realizando varreduras do fundo do mar com sonar multi-feixe para coletar dados de alta resolução.

Em geral, o fundo dos oceanos teve pouca exploração. Mapas anteriores, desta área de pesquisa, foram elaborados a partir de dados com baixa resolução, cerca de 1500 metros (por pixel), obtidos por satélites, enquanto que o recente levantamento batimétrico coletou dados de 50 a 150 metros (por pixel).

Muito pouco se sabia sobre o fundo do mar na área de pesquisa do MH370. O que se sabia é a área abrange o Broken Ridge – uma extensa estrutura montanhosa linear, formada a margem entre duas placas geológicas. Estas placas foram afastados entre 20 e 100 milhões de anos, no âmbito de processos similares encontrados hoje em margens da placa (como a Dorsal Meso-Atlântica).

Os dados de batimetria de alta resolução revelaram características do fundo do mar que não eram visíveis nos dados derivados de satélite, como montes submarinos (vulcões submarinos remanescente), com até 1400 metros de altura e depressões com até 1400 metros de profundidade (em comparação com as profundezas do fundo do mar ao redor).

Os seguintes modelos 3D apresentam algumas das características.

Modelo 3D do solo oceânico obtido em setembro de 2014

Os dados adquiridos como parte do levantamento batimétrico foram obtridos com o único propósito de auxiliar na busca pelo avião desaparecido. No entanto, para os cientistas, conhecer o solo oceânico é útil para uma variedade de propósitos. Como, por exemplo, melhor compreensão do funcionamento das placas tectônicas; utilização dos dados como um produto de base na criação de modelos hidrodinâmicos para adquirir conhecimentos sobre as correntes oceânicas e sua conectividade, na identificação das características do fundo do mar e como a profundidade dos oceanos desempenham um papel importante na definição do habitat para a flora e fauna – para localizar áreas onde podem existir comunidades biológicas únicas.

Este vídeo permite a visualização de alguns dos terrenos fundo do mar na área de pesquisa.

Fonte: Geoscience Australia