O Ministério do Meio Ambiente e a Embrapa apresentam nesta terça-feira (26/05) aos gestores públicos de Roraima os resultados do Projeto Uniformização do Zoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal (UZEE). O projeto aponta quais as áreas aptas para o plantio de espécies produtoras de energia em todos os estados da Amazônia Legal e implementa um sistema integrado de informações sobre a região. A apresentação será realizada no Auditório da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento (SEPLAN), às 14h.

Os dados do projeto UZEE Amazônia Legal são resultados da compatibilização de legendas e mapas, cruzamento e análise de informações obtidas nos zoneamentos dos nove estados da região: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão. E ao longo dos meses de maio e junho serão apresentados pelos pesquisadores e validados pelos representantes e técnicos dos governos estaduais.

Como a produção de energia renovável e sustentável é um desafio global, o UZEE Amazônia Legal está indicando as espécies agroenergéticas mais adaptadas à região e as áreas aptas para o cultivo. Entre as espécies florestais identificadas está o tachi-branco, cujo sistema de produção já foi desenvolvido pela instituição de pesquisa. A intenção não é restringir as potencialidades da região, nem impor outras atividades produtivas, mas sim racionalizar o uso do território e organizá-lo em torno de premissas ambientais, econômicas e sociais que respeitem e valorizem a vocação da região.

Território – Dos 5.217.423 km² que integram a Amazônia Legal, um total de 1.740.608,4 km² foi observado pelo projeto UZEE-AML. Essa área é um recorte das áreas alteradas pela ocupação humana na região e mais o entorno, em um raio de 5km. Ela é constituída por áreas desflorestadas e áreas com cobertura florestal que têm um maior grau de vulnerabilidade. Em Roraima, a área antropizada é de cerca de 40.436 km², o que corresponde a aproximadamente 2% da área total observada pelo projeto nos nove estados. Nela estão concentradas as principais atividades do estado, que envolvem áreas de floresta, reflorestamento, agricultura anual e pastagens.

Um dos resultados importantes do projeto é a proposta de criação de alguns corredores ecológicos dentro da área observada, visando a conexão de florestas remanescentes e áreas de vegetação secundária para a conservação da biodiversidade nesses locais. “A ideia é diminuir a pressão sobre as florestas primárias e em regeneração e aproveitar melhor as áreas já antropizadas utilizando sistemas de produção mais intensivos, com elevada produtividade”, completa Adriano Venturieri, coordenador do projeto e chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental.

“Com o Projeto UZEE Amazônia Legal, é possível articular todos os zoneamentos feitos para os estados da região e potencializar o uso de áreas antropizadas – já modificadas pelo homem – para a agricultura, pecuária e floresta, numa perspectiva macrorregional”, explica Venturieri. Os resultados orientam estados, municípios e até o governo federal, sobre a formulação de políticas públicas para a região.

O zoneamento ecológico-econômico (ZEE) é uma ferramenta de gestão, que por meio da análise de mapas de aptidão agrícola, solos, clima e outros, indica os potenciais produtivos de regiões, estados e municípios, valorizando as caraterísticas de cada área, suas vocações e a população local. Todos os estados da Amazônia Legal possuem zoneamentos e o trabalho do grupo foi uniformizar legendas, mapas, classes de uso e cobertura da terra, entre outros atributos, nessas ferramentas, organizá-las em torno de um sistema interativo.

Sistema – O Sistema Interativo de Análise Geoespacial da Amazônia Legal – Siageo – é um dos resultados do UZEE Amazônia Legal. Trata-se de uma base de informações territoriais integradas que permite um maior conhecimento do território amazônico.

De acordo com o pesquisador João Vila, da Embrapa Informática Agropecuária, o sistema reúne dados geoespaciais produzidos nas diversas iniciativas de ZEEs da região, como mapas de gestão, solos, geologia, cobertura vegetal e uso da terra, áreas protegidas, áreas indígenas, entre outros. “Além disso, possibilita a visualização, a composição e o download de mapas georreferenciados e de informações, de acordo com o interesse e a necessidade do usuário”, explica o pesquisador. As informações contidas no Siageo serão validadas junto ao poder publico local para posterior lançamento à sociedade.

Fonte: Embrapa