Capital paulista ocupa a 12ª colocação em ranking dos 20 maiores ecossistemas de empresas nascentes de tecnologia no mundo (foto: Eduardo César)

A cidade de São Paulo possui o ambiente mais favorável para o desenvolvimento de empresas nascentes de tecnologia (startups) na América Latina.

A conclusão é do relatório “Global Startup Ecosystem Ranking 2015”, realizado pela Compass – uma empresa multinacional desenvolvedora de softwares que realiza estudos sobre o setor no mundo desde 2012.

A capital paulista é a única da América Latina listada na última edição do ranking dos 20 maiores ecossistemas de startups no mundo elaborado pela empresa, ocupando a 12ª colocação – uma posição acima em relação ao ranking anterior, publicado em 2012.

Na liderança do ranking estão Vale do Silício, Nova York, Los Angeles e Boston, nos Estados Unidos, seguidas por Tel Aviv, em Israel.


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O ranking não inclui cidades da China, Taiwan, Japão e Coreia do Sul, em razão da dificuldade de obter dados mais completos sobre o cenário de startups de tecnologia nesses países asiáticos pela barreira de linguagem, ressalvam os autores do relatório. Mas eles estimam que cidades como Pequim e Xangai, na China, poderiam estar classificadas no ranking.

“Pequim poderia estar entre as cinco e Xangai entre as 15 primeiras colocadas”, ressaltam.

As cidades foram avaliadas nos quesitos desempenho, financiamento, talento, alcance de mercado e experiência em criação de startups.

No caso de São Paulo, o estudo aponta como pontos fortes da cidade o alcance de mercado – devido ao fato de ser a capital econômica da América Latina –, além do desempenho e o financiamento às suas startups de tecnologia em atividade, cujo número estimado pelos autores é entre 1,5 mil e 2,7 mil.

Os investimentos de fundos de capital de risco (venture capital, em inglês) em empresas nascentes de tecnologia de São Paulo em 2014, por exemplo, foram maiores dos que os feitos em startups de Seattle, nos Estados Unidos, e logo abaixo dos realizados em Tel Aviv, compara o relatório.

“A maioria dos fundos de capital de risco [presentes em São Paulo], contudo, tem experiência limitada [em financiamento de startups de tecnologia], tendo apenas começado seu primeiro ciclo de investimentos depois de 2009”, ponderam os autores do estudo.

São Paulo também apresentou o terceiro maior índice de crescimento de startups de tecnologia – de 3,5% – entre as 20 cidades listadas no ranking, atrás apenas de Berlim, na Alemanha, com 10% de aumento, e Bangalore, na Índia, com 4,9% de crescimento, apontou o relatório.

“São Paulo possui mais talentos do que qualquer ecossistema de startups da América do Sul. Setores como eCommerce [comércio eletrônico e SaaS [software como um serviço] permanecem fortes na cidade, enquanto novas startups com modelos de negócios mais inovadores estão começando a ganhar força em áreas como mobiliário e serviços”, destacam os autores do estudo.

Ambiente favorável

Na avaliação de Fabio Kon, professor do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) e membro da coordenação adjunta de pesquisa para inovação da FAPESP, uma série de fatores contribuíram para a criação de um ambiente favorável para o estabelecimento de startups em São Paulo nos últimos anos.

Um deles foi que as universidades públicas paulistas passaram a ser mais ativas em promover o empreendedorismo por meio da criação de cursos e de Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), como os já existentes na USP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Estadual Paulista (Unesp).

“A FAPESP desempenhou um papel importante de incentivar as universidades públicas estaduais paulistas a ativar seus NITs e algumas startups surgiram a partir deles”, afirmou.

Outros fatores, segundo Kon, foram a atração de investimentos para o setor de fundos de capital de risco, como destaca o relatório, e a existência de programas governamentais de apoio à inovação em micro, pequenas e médias empresas, como o Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP.

Desde a criação do PIPE, em 1997, a FAPESP aprovou 1.342 projetos no âmbito do programa. Entre 2011 e 2014, o número de propostas selecionadas anualmente saltou de pouco mais de 40 para 120 e os investimentos da Fundação no Programa, no ano passado, chegaram a R$ 23,5 milhões.

“A FAPESP tem interesse em aumentar o dispêndio para estimular inovação tecnológica em pequenas empresas no Estado de São Paulo por meio do PIPE”, disse Kon. “O programa já apoia algumas dezenas de startups de tecnologia, mas gostaríamos de dobrar esse número”, afirmou.

Alguns dos gargalos apontados por ele e corroborados pelos autores do relatório para a expansão do número de startups em São Paulo são a alta carga tributária incidente sobre empresas iniciantes e a burocracia.

“Como a cidade de São Paulo está se preparando para se posicionar não apenas como a capital para startups na América Latina, como também entre os 10 maiores ecossistemas de empresas nascentes de tecnologia no mundo, a superação desses problemas será essencial”, aponta o relatório.

O resumo do estudo pode ser lido em blog.startupcompass.co/the-2015-global-startup-ecosystem-ranking-is-live.

Fonte: Agência Fapesp


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