O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibiliza hoje, em seu portal na internet, a Grade Estatística, que permite obter as informações sobre população (total e por sexo) e o total de domicílios do Censo Demográfico 2010 para diversos recortes espaciais, como regiões hidrográficas, biomas e unidades de relevo, ampliando as possibilidades de análise de dados. Isso é possível porque a Grade Estatística divide o território em células de 200 x 200 m nas áreas urbanas e 1 x 1 km nas áreas rurais, permitindo agregar os dados independentemente das divisões político-administrativas.

Utilizando os resultados do Censo 2010 e a divisão em Grade Estatística, o IBGE disponibiliza aos usuários os seguintes produtos: uma aplicação interativa para visualização e consulta que permite que o usuário desenhe qualquer área na tela e obtenha os dados sobre população (total e por sexo) e domicílios; Mapas interativos com as informações por biomas, regiões hidrográficas, clima, altitude e relevo; o Atlas Digital Brasil 1 por 1 que apresenta uma visão detalhada e inédita das principais variáveis coletadas pelo Censo Demográfico 2010 e, por fim, os arquivos digitais para serem utilizados em programas de geoprocessamento. Todas as informações técnicas sobre a metodologia de construção da Grade Estatística podem ser acessadas em: http://mapas.ibge.gov.br/interativos/grade_estatistica.html

A Grade Estatística divide o território brasileiro em mais de 2,5 milhões de células de 200 x 200 m nas áreas urbanas e de 1 x 1 km nas áreas rurais permitindo a recuperação de informações acerca da população (total e por sexo) e do número de domicílios para diversos recortes espaciais, independentes das unidades político-administrativas.

Por meio da Grade Estatística é possível obter dados sobre a população dos biomas, regiões hidrográficas, unidades de relevo e zonas climáticas presentes no país. A Grade Estatística também permite a realização de estimativas de população afetada por algum desastre climático ou ambiental, ou pode ser utilizada em modelos de simulação de expansão urbana ou do uso da terra, entre outras utilizações técnicas. Ela facilita, ainda, a comparação nacional e internacional de dados.

O produto foi desenvolvido a partir dos dados numéricos provenientes dos microdados do Censo 2010 e dos dados vetoriais (dados espaciais) da Base Territorial e do Cadastro Nacional de Endereços para fins Estatísticos (CNEFE). As geotecnologias adotadas no Censo 2010 foram essenciais para o desenvolvimento da Grade Estatística.

IBGE divulga a Grade Estatística e Atlas Digital Brasil 1 por 1

Atlas Digital Brasil 1 por 1 apresenta visão inédita dos resultados do Censo 2010

O Atlas Digital Brasil 1 por 1 apresenta uma visão detalhada e inédita das principais variáveis coletadas pelo Censo Demográfico 2010, com mapas que retratam a heterogeneidade do país. Além das características das pessoas (sexo, idade, cor/raça, alfabetização, registro de nascimento) e dos domicílios (tipologia, propriedade do imóvel, saneamento ambiental, energia elétrica, rendimento médio per capita, responsabilidade pelo domicílio), o Atlas apresenta, também, dados sobre as características do entorno das residências, com informações sobre a existência ou não de identificação do logradouro, iluminação pública, calçada, meio fio, pavimentação, bueiro, rampa para cadeirante, arborização, esgoto a céu aberto e lixo.

O Atlas mostra, por exemplo, que a maior densidade de população (mais de 45 mil pessoas em 1 km2) do país localiza-se em Paraisópolis, São Paulo (SP), seguida pela Rocinha (mais dae 39 mil pessoas por km2) e Parque União / Nova Holanda (mais de 35 mil pessoas por km2), ambas no Rio de Janeiro (RJ).

O sistema da Grade Estatística facilita a comparação internacional de dados

As grades estatísticas constituem-se em uma forma de disseminação de dados em unidades geográficas pequenas e estáveis ao longo do tempo. O sistema facilita a comparação nacional e internacional e fornece um aumento significativo do detalhamento, nas áreas urbanas (onde a célula tem 200 x 200 m) e rurais (onde a célula tem 1 x 1 km). É utilizado pela Finlândia, Suécia, Espanha, Austrália e Japão.

Uma das principais características do sistema de grades é a estabilidade espaço-temporal, já que as áreas são independentes dos recortes político-administrativos (municípios, distritos), que geralmente estão sujeitos a alterações nos seus limites físicos, devido à criação de novas unidades, ou mesmo pela redefinição dos limites. Os recortes também são independentes dos setores censitários (unidade territorial com dimensão e número de domicílios que permitam a coleta de dados no Censo), utilizados para a operacionalização da coleta dos censos, mas que sofrem alterações na medida em que a população cresce.

Na década de 70, o sistema foi utilizado pela primeira vez no Japão, para divulgar estatísticas provenientes de diversas pesquisas para a área metropolitana de Tóquio e, desde então, tanto o governo quanto empresas privadas, realizam a coleta e a manutenção de dados regionais neste sistema, agora abrangendo todo o país. Na Europa, ao longo daquela década, outros países, principalmente do norte europeu, também adotaram esse sistema, como a Finlândia, que disponibiliza dados censitários em grade desde 1970, e a Inglaterra, que gerou uma grade com os dados do censo de 1971, mas não manteve esta produção para os censos seguintes. O IBGE pretende divulgar os próximos Censos, também, nesse formato.

Fonte: IBGE