Na era da Transformação Digital, empresas aderem ao Social Business e Big Data fazendo da mobilidade uma nova maneira de transformar a relação entre as pessoas considerando o espaço geográfico

Por Ricardo Croffi

Quando falamos em Transformação Digital, uma das primeiras imagens que vem à nossa cabeça é a de um smartphone. Maravilha tecnológica que combinou uma dezena de gadgets usados no século passado em uma pequena barra reluzente que levamos no bolso e pronto: estamos conectados ao mundo!

Mas, se formos além dessa primeira imagem, o que podemos falar sobre Transformação Digital? Se pensarmos numa linha evolutiva, podemos recordar que nos primórdios da computação haviam grandes mainframes, depois vieram os computadores pessoais e a Internet criando relações. Na sequência, a tecnologia seguiu seu caminho para a conectividade por meio da nuvem, o que gerou um volume exponencial de informações que passaram a ser entendidas pelo conceito de “Big Data”. Quando essa onda de evolução da tecnologia computacional, a chamada de Terceira Plataforma pela consultoria internacional IDC, chegou ao usuário final, às empresas e aos governos eis que se configurou a Transformação Digital.

Analisando mais a fundo, por trás do conceito de Transformação Digital está a mobilidade, ideia que vai muito além do seu dispositivo móvel portátil. Quando falamos em mobilidade, nos referimos à capacidade de deslocamento que é cada vez mais fácil e tem cada vez maior alcance na nossa vida pessoal e profissional.

E, nesse contexto, é claro que o smartphone é uma peça fundamental, sendo seu canal direto com a infinidade de apps que surgem a cada dia. Mas, a mobilidade tecnológica inclui também seu carro conectado, Drones voando, chips em animais e uma infinidade de aplicações que transformam (quase) tudo em um gerador e coletor de dados ao mesmo tempo. Dados que são coletados simultaneamente em diversos lugares por diferentes tipos de sensores. Falamos então da “Geografia das Coisas”, termo cunhado pelo Prof° Dr° Abimael Cereda Junior, no qual tudo isso acontece em algum lugar e modifica esse meio.

No mundo corporativo, a mobilidade também aparece como um importante pilar da Transformação Digital, levando empresas e governos a serem cada vez mais rápidos e precisos. Para se ter uma ideia, segundo a consultoria Gartner, em 2010 o volume global de downloads de apps era de 4 bilhões e é esperado que em 2017 esse número alcance algo em torno de 200 bilhões. Cada um desses downloads significa uma necessidade específica de uma pessoa que é atendida por uma pequena app que, por sua vez compõe um universo de interações entre usuários e multiplataformas oferecidas por diferentes tipos de empresas para sustentar essa transformação em busca de melhores resultados em menos tempo.

Com tantas apps, produzimos diariamente um volume gigantesco de dados. Geramos e compartilhamos milhares e milhares de informações e buscamos consumi-las com segurança, confiança e facilidade. Mas, como gerenciar todos esses dados desta forma? É aí que entra o GIS (Geographic Information System): ao invés de tomar decisões baseadas em bytes ou planilhas frias, as empresas passam a dar vida aos dados e visualizar e analisar todas essas informações de forma intuitiva e espacial.

Em 2015, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, disse “O trabalho não é mais um lugar aonde você vai. A mobilidade chegou também ao ambiente profissional. O trabalho é sobre como fazer as coisas acontecerem onde você está e conseguir a experiência que você precisa para tornar as coisas disponíveis em todos os dispositivos que você quiser”.

Inúmeros são os desafios da mobilidade no mundo empresarial, que vão desde a interação de uma equipe com o cliente, o controle do estoque, o recebimento de pagamentos até a realização do check-out mais rápido por exemplo. Criar aplicativos que atendam às necessidades dos clientes, construindo uma relação entre lojas, produtos digitais, pontos de venda e promovendo uma experiência com a marca é estratégia chave nessa era da Transformação Digital.

Vale lembrar que tudo isso está diretamente conectado às tecnologias de localização. Kevin Benedict, do Centro de Estudos do Futuro do Trabalho, define a Transformação Digital como “uma maneira de repensar, redesenhar, reestruturar a tecnologia e os modelos de negócio para uma resposta mais rápida e efetiva em ambientes digitais”. E essa transformação precisa incluir a capacidade dos sistemas tornarem os dados disponíveis de forma ágil, fácil e intuitiva. Seja no desktop, num portal web até nos dispositivos móveis para as pessoas possam atuar em qualquer dispositivo, lugar e momento.

As companhias buscam então reestruturar sua capacidade e sua qualidade da coleta de dados com novas aplicações que vão com seus clientes ou são embarcadas em Drones e em veículos não tripulados para gerar dados em 2D ou 3D. E tudo isso sendo integrado aos seus demais sistemas e monitorado em tempo real, tendo os Sistemas de Informações Geográficas como plataforma para as análises inteligentes que impactarão na sua produtividade e otimização de recursos.

A Transformação Digital passa pela mobilidade, apps e interação das pessoas nas redes sociais. É por isso que, cada vez mais, empresas e governos estão se apropriando dos conceitos de Social Business, da capacidade de processamento e análise do Big Data tendo a Computação na Nuvem e os Sistemas de Informações Geográficas como fortes aliados para superarem os atuais desafios em busca de produtividade, eficiência e satisfação dos seus clientes.

Ravindra Misra, CIO da SF BRT dá a dica. “Pare de pensar em servidores, cabos, teclados ou programação. Agora é necessário pensarmos nos problemas de negócio”. A Transformação Digital já chegou e não temos mais a opção de ignorá-la.

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