A empresa portuguesa Deimos Engenharia liderou um projeto europeu de gestão de dados de Observação da Terra. No valor de dez milhões de euros, o NextGEOSS irá agregar todos os dados dos satélites europeus do sistema Copernicus, tornando-os mais acessíveis e expandindo o seu potencial de aplicação

Liderando o trabalho de 27 parceiros, de 13 países europeus, a Deimos está atuando naquele que é o maior projeto do programa Horizonte 2020, atribuído a uma empresa portuguesa da área do espaço.

A Deimos Engenharia foi selecionada pela Comissão Europeia para liderar o desenvolvimento do data hub europeu para o sistema GEOSS, o Global Earth Observation System of Systems.

O NEXTGEOSS é o maior contrato alguma vez atribuído a uma empresa portuguesa na área de Espaço do Programa H2020 da Comissão Europeia.

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A Comissão Europeia selecionou a Deimos Engenharia para liderar o desenvolvimento de um sistema de expansão e gestão de dados de satélites, o NextGEOSS (Global Earth Observation System of Systems). Para o fazer, a empresa portuguesa irá gerir um consórcio de 27 entidades, de 13 países europeus (Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Grécia, Holanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Reino Unido, República Checa, Suíça e Portugal), naquele que é o maior projeto na área do espaço, atribuído a Portugal, no âmbito do programa Horizonte 2020.

A zona oriental de Lisboa vista pelo DEIMOS-2, um satélite Copernicus  (crédito DEIMOS Engenharia)
A zona oriental de Lisboa vista pelo DEIMOS-2, um satélite Copernicus (crédito DEIMOS Engenharia)

O projeto, com o valor de dez milhões de euros, terá a duração de três anos e meio (dezembro de 2016 a meados de 2020) e tem como objetivo facilitar o acesso e a exploração de diferentes fontes de dados, como os satélites Sentinel e outros do programa europeu de observação da Terra, Copernicus.

Desenvolvendo ferramentas de interpretação de imagens, será tratada uma imensidão de dados, ou Big Data, de forma a que a informação fique organizada e catalogada, tornando muito mais fácil e imediata a sua utilização. “É como se estivéssemos a arrumar os milhões de livros da Biblioteca do Congresso americana”, compara Nuno Ávila, diretor da Deimos Engenharia.

Os grandes utilizadores destes dados serão as ONGs, entidades publicas como a proteção civil, investigadores e decisores. O NextGEOSS irá tornar muito mais rápida e eficaz a resposta a catástrofes naturais, como cheias, furacões, ou epidemias.

A Grécia vista em radar pelo Sentinel 1 (créditos ESA)
A Grécia vista em radar pelo Sentinel 1 (créditos ESA)

“Iremos associar palavras a imagens de forma a simplificar as pesquisas”, explica Nuno Catarino, o líder do projeto. Com o acesso democratizado das informações captadas pelos satélites será mais fácil monitorizar a evolução de pragas, como o mosquito da malária, ou preparar o auxílio a um campo de refugiados, por exemplo.

Para a DEIMOS, este é o culminar da maturação de varias tecnologias de processamento de dados que a empresa tem vindo a desenvolver em vários projetos de I&D, no seio da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Comissão Europeia. É também um exemplo magnifico do efeito que a participação de Portugal na ESA pode trazer às empresas nacionais.