A maioria das localidades sofre com a falta de informações georreferenciadas atualizadas e o Big Data Geoespacial pode ser decisivo para a gestão dos novos prefeitos recentemente eleitos nos municípios

O uso de drones e sistemas georreferenciados para tomada de decisão na administração municipal pode ser fator decisivo para uma boa gestão dos futuros prefeitos. A tecnologia, atualmente economicamente viável para as Prefeituras, facilita a fiscalização do território local e pode resultar em um melhor atendimento ao cidadão.

O especialista Dr. Eng. Charles R. Stempniak disse, durante o 4º Congresso Paranaense de Cidades Digitais, que a ferramenta impacta nas principais áreas da administração pública como fiscal, saúde, segurança e comunicação com a população, além de facilitar setores da sociedade.

São os sistemas de informação, conhecidos como GIS (Geographic Information System), que digitalizam em 3D centenas de quilômetros quadrados em pouco tempo, gerando mapas digitais de alta resolução, onde cada pixel das imagens é geolocalizado.

Ruas, avenidas, acessos viários, praças, lotes, fazendas, áreas de preservação, árvores, pontes, viadutos, túneis, edificações, postes de iluminação pública e toda a planta mobiliária que existe no território municipal precisa ser conhecida e administrada, conforme destaca o empresário.

“Os ganhos na qualidade das informações são enormes. O custo desse tipo de sistema é inferior ao de um levantamento aéreo por aviões, com agilidade muito maior. Mas o mais interessante de qualquer projeto de implantação de GIS é que ele tem o potencial de integrar todos os departamentos da gestão municipal e ele também dinamiza o intercâmbio de informações entre todos os entes da sociedade, correlacionando informações através de geolocalização e endereçamento. Empresas, Escolas e Instituições que atuam no espaço municipal podem agora ter acesso a dados precisos e atualizados para gestão de seus negócios, utilizando algumas informações abertas, que podem ser consultadas e até inseridas no Geo Big Data Municipal”, afirma Stempniak.

Na Saúde, a ferramenta consegue gerar mapas diários da higiene/sanidade ambiental, com análises qualitativa e quantitativas acerca de potenciais criadouros de mosquitos e outros riscos ambientais. Drones podem ser utilizados pelos hospitais para atender mais rapidamente a população em casos de emergência médica. Na segurança pública, os drones não apenas geram imagens atualizadas que dão suporte à polícia e para as empresas de segurança, mas também aumentam a inteligência dos sistemas de vídeo monitoramento por câmeras. Com modelos tridimensionais da cidade as câmeras podem interpretar as imagens sem necessidade do olhar humano o tempo inteiro para os monitores de vídeo.

Na área de urbanismo, habitação e planejamento do setor, o GIS de Geo Big Data permite, segundo o especialista, atualizar a base de arrecadação mensalmente e também fiscalizar todos os locais com agilidade, gerando notificações para os cidadãos regularizem a situação fiscal de seus imóveis. “A fiscalização das obras de construção passa a ser praticamente automática. Os drones percorrem diariamente as obras e o sistema de geoprocessamento (GIS) produz relatórios detalhando todas as alterações no canteiro de obras. Cada metro cúbico de material que estiver no pátio ou for utilizado é automaticamente apontado pelo olho eletrônico”, exemplifica o CEO da SMART MATRIX Technologies S/A.

Stempniak detalha outra importante característica do Geo Big Data, que auxilia o trabalho de desenvolvedores de aplicativos, tanto pelo setor público quanto pelo privado. “Os aplicativos para dispositivos móveis podem contar com geolocalização, imagens, telecomunicações móveis e diversos tipos de sensores e facilidades que permitem descentralizar o sistema informatizado de gestão. Os próprios cidadãos, através de seus smartphones, podem estar integrados ao Geo Big Data, consultando e alimentando informações colaborativamente”.

Congresso

Gestores de mais de 100 localidades participaram na semana passada (dias 24 e 25) do 4º Congresso Paranaense de Cidades Digitais, promovido pela Rede Cidade Digital (RCD) em parceria com a Prefeitura de Maringá. O evento, que teve como slogan “Construindo novos modelos de municípios inteligentes”, abordou políticas públicas, casos de sucesso, soluções de mercado e iniciativas com o objetivo de aproximar prefeitos e gestores das novas tecnologias, facilitando a troca de conhecimento e investimentos nos municípios.