A bordo do navio Vital de Oliveira, pesquisadores farão 54 levantamentos sobre oceano e clima. A expedição com 40 pesquisadores parte nesta sexta-feira (2) de Niterói (RJ)

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, esteve na manhã desta quinta-feira (1º) no Rio de Janeiro (RJ) para participar do início das atividades formais do Navio Vital de Oliveira, que irá percorrer cerca de 1,5 mil quilômetros da costa brasileira, permitindo que 40 cientistas, sendo 30 do MCTIC, desenvolvam três projetos de pesquisas. “Há muito tempo esperamos por esse momento, já que sabemos da importância do navio para a melhoria de nossas pesquisas costeiras, para a economia do país e para a segurança de nossas fronteiras marítimas”, disse Kassab.

O Navio partirá do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (2) e deverá estar de volta somente no dia 22 de dezembro. “O Vital de Oliveira é muito importante para os estudos da ciência do mar, permitindo pesquisas no oceano, que é um modelador do clima no mundo e, em especial, no Brasil, levando calor para o hemisfério norte”, explicou a pesquisadora Ana Luiza Spadano, da Universidade Federal Fluminense, chefe da expedição batizada de “Oasis – Oceanografia do Atlântico Sul e Interconexões Climáticas”.

Conforme explicou Ana Luiza, serão feitos 54 levantamentos em toda a viagem para saber como a elevação da temperatura no hemisfério sul pode prejudicar o clima no Brasil, provocando furacões, secas, inundações e eventos extremos como ciclones.

Segundo o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC, Jailson de Andrade, em janeiro está prevista a partida do navio para a Elevação do Rio Grande.

O navio Vital de Oliveira

Construído pelo estaleiro Guangzhou Hantong Shipbuilding and Shipping Co. Ltd., na cidade de Xinhui, na China, a embarcação foi batizada em homenagem ao capitão-de-fragata Manoel Antonio Vital de Oliveira, morto na Guerra do Paraguai em 2 de fevereiro de 1867, no bombardeio a Curupaiti, a bordo do Monitor Encouraçado Silvado, do qual era comandante.

Incorporada à frota da Marinha do Brasil, tem autonomia para ficar 30 dias em alto-mar e capacidade para abrigar 90 tripulantes e 40 pesquisadores, contando com 28 equipamentos de última geração para coletar dados físicos, químicos, geológicos e biológicos dos mares.

Um dos equipamentos disponíveis é o veículo de operação remota (ROV, na sigla em inglês), que pode atuar a uma profundidade de 4 mil metros. Cinco laboratórios, sendo dois molhados e três secos, também integram a embarcação.

Adquirido em 2013 por aproximadamente R$ 162 milhões, o navio é fruto do acordo de cooperação firmado entre os ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e da Defesa (MD), a Marinha do Brasil e as empresas Petrobras e Vale. Ele foi lançado ao mar em setembro de 2014 e chegou ao Brasil em julho de 2015.

O MCTIC, o MD e a Marinha do Brasil investiram R$ 27 milhões cada. A Vale e a Petrobrás aportaram, respectivamente, R$ 70 milhões e R$ 38 milhões.