Após alguns anos de atraso, o sistema global de navegação e posicionamento por satélites Galileo finalmente entrou em operação e começa a funcionar plenamente. Segundo a Comissão Europeia e Agência Espacial Europeia, a previsão é que o sistema esteja completamente operacional em 2020

O sistema europeu de navegação por satélites Galileo entrou em funcionamento na última quinta-feira (15/12), com anos de atraso, prometendo oferecer coordenadas geográficas mais precisas e mais serviços do que o norte-americano GPS e o russo Glonass.

O projeto inicial tinha um orçamento de cerca de 3 bilhões de euros e deveria ter entrado em operação em 2008. No entanto, a iniciativa enfrentou diversos problemas técnicos e financeiros.

“Hoje, o Galileo, o sistema de navegação por satélite mais preciso do mundo, se tornou realidade”, afirmou em comunicado a comissária europeia da Indústria, Elzbieta Bienkowska.

Lançamentos

O mais recente lançamento de satélites do Galileo foi feito dia 17 de novembro passado, quando pela primeira vez um foguete Ariane-5 foi usado para colocar em órbita satélites do sistema europeu de navegação. Todos os lançamentos anteriores foram levados a cabo por foguetes russos.

Foram postos em órbita ao mesmo tempo quatro satélites Galileo, com peso total de 2.865 quilos.

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Tal como definido pela Comissão Europeia, o objetivo do Galileo é oferecer um pacote de serviços incluindo um serviço público livre, um serviço público criptografado regulado e uma função de busca e salvamento.

Com 18 satélites em posição até o momento, o envio de sinais pelo Galileo deverá ganhar maior força e autonomia com a inclusão, ao longo dos próximos anos, de mais satélites à sua rede, que orbita a Terra a 23.222 quilômetros de altura.

Os serviços iniciais estarão disponíveis gratuitamente em smartphones e aparelhos de navegação que utilizem microchips compatíveis com o novo sistema. Além de fornecer sinais para os navegadores, o Galileo, em combinação com satélites de busca e resgate do sistema Cosps-Sarsat, poderá localizar navios ou até mesmo montanhistas que estejam em situação de perigo.

Por dentro do sistema de navegação Galileo

Os primeiros elementos orbitais do sistema de navegação europeu foram constituídos por quatro satélites que fizeram parte da fase In-Orbit Validation (IOV), que foi o núcleo operacional do Galileo e  provaram que os satélites e o elemento em solo cumpriam os requisitos do sistema e validaram o desenho do mesmo antes da finalização e do lançamento do restante da constelação.

O programa Galileo vai dar à União Europeia independência a partir de seu próprio sistema de navegação para apoio a múltiplas aplicações, permitindo à Europa lidar com os desafios estratégicos, econômicos, industriais e sociais inerentes ao rápido crescimento das tecnologias espaciais de posicionamento e tempo.