Os espaços abertos do Centro Vocacional Tecnológico Espacial podem ser utilizados para o lançamento de foguetes construídos pelos estudantes, entre outras atividades. Também estão disponibilizados telescópios e drones para aulas de sensoriamento remoto

Um espaço com salas de aula e laboratórios para estimular o interesse dos jovens pela área espacial e, sobretudo, pelo Programa Espacial Brasileiro.

Este é o Centro Vocacional Tecnológico Espacial, construído dentro do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), no Rio Grande do Norte. No total, o CVT Espacial recebeu R$ 5 milhões em investimentos numa iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTIC) e da Agência Espacial Brasileira (ARB).

A ideia é contribuir para a formação de estudantes com oficinas e aulas práticas. Inicialmente, apenas alunos do 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas da cidade de Parnamirim (RN) serão atendidos, mas o projeto deve ser expandido, até 2019, para jovens do ensino médio e de escolas particulares da região. A projeção da AEB é receber até 1.000 estudantes nos próximos 18 meses.

“Esse CVT tem uma particularidade, não é um CVT tradicional, que se destina a uma atividade específica de uma região. O nosso CVT é transversal, abrange praticamente todas as áreas do conhecimento. Essa é uma característica muito forte da área espacial, e o CVT não poderia fugir disso”, explicou Carlos Alberto Gurgel, da AEB.

Nanossatélites

Monitores selecionados no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) em Parnamirim foram capacitados para atuar no CVT, e uma das atividades práticas que serão desenvolvidas é a construção de nanossatélites do tipo cansat, satélites do tamanho de uma lata de refrigerante (do inglês can: lata). Por serem equipamentos de fabricação simples, são a porta de entrada para a compreensão das atividades espaciais.

“O cansat é muito simples do ponto de vista de equipamentos, mas tem todos os subsistemas de um satélite, mesmo os de grande porte. Digamos que é uma porta de entrada para que o jovem se interesse e entenda o conhecimento que vai por trás da elaboração de um satélite,” disse Rodrigo Leonardi, também da AEB. “Imaginamos que, em breve, teremos os nossos primeiros cansats que serão feitos por alunos da região.”

Além do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, o CVT Espacial também contou com apoio do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Infraestrutura

O Centro Vocacional Tecnológico Espacial tem 10 mil metros quadrados, sendo que 2,5 mil deles são área construída, divididos em dez ambientes. São três laboratórios (propulsão, satélites e integração e testes), auditório, sala de capacitação, refeitório com capacidade para 40 pessoas, vestiários, dormitório, além dos espaços Lua e Marte, espécie de planetários que reproduz a superfície desses astros para a simulação de atividades de exploração.

Com informações da AEB