Mais de 70% da população mundial viverá em cidades até 2050. Para acomodar de forma responsável o crescimento populacional, as cidades terão que mudar a maneira do crescimento e adotar novas práticas

Por Vinicius Ferreira*

As maiores cidades do mundo abrigam os maiores engarrafamentos. Cidades de médio porte estão experimentando uma taxa de crescimento além da sua concepção original. A construção de estradas, em áreas densamente povoadas, tem aumentado significantemente o número de ruas. Os moradores experimentam tempos de deslocamento mais longos e maiores níveis de poluição com cada vez mais carros nas estradas. Para completar, muitas comunidades têm acesso limitado ao transporte público e, de forma geral, a qualquer opção de transporte.

Mas o futuro não é sombrio! Pelo contrário. Os problemas que observamos acima não são uma lista de reclamações, mas sim oportunidades para moldar um novo caminho para a mobilidade. As pessoas precisam percorrer grandes distâncias pela cidade para chegar a empregos, assistência médica, eventos e muito mais. Temos novas maneiras de lidar com esses desafios usando dados, tecnologia e mudanças no comportamento do consumidor.

A tecnologia é apenas parte da resposta. Mentalidade, processos e pessoas são as outras peças do quebra-cabeça. Isso significa mudança, tanto em como agimos como em como pensamos. Se olharmos para tudo o que veio antes, podemos entender duas coisas sobre mudança: é difícil e é constante. Então, enquanto construímos o caminho para o futuro, aqui estão alguns desafios que devemos superar.

1. Quebrando silos

Os silos existem em muitas formas. Vamos pegar um deles: silos de dados. A infraestrutura da sua cidade tem um sistema de dados. Na verdade, sua cidade provavelmente tem vários sistemas de dados, e é muito provável que eles não se conectem uns com os outros. Como exemplo, os sistemas de transporte público que gerenciam horários para ônibus e trens possivelmente estão completamente separados dos sistemas de resposta a emergências, como bombeiros e ambulâncias.

Esses sistemas também são separados dos veículos de remessa que entregam mercadorias para empresas e moradores. Esses veículos, por sua vez, não estão conectados a companhias de carona, ou carros individuais que procuram a melhor rota para casa.

Se dados úteis puderem ser conectados, processados, interpretados e compartilhados, cada entidade pode tomar as melhores decisões. Os dados compartilhados, em seguida, beneficiam a todos. A boa notícia é que os silos estão começando a cair.

2.Tornando as soluções universais e escalonáveis

A necessidade de melhorar a forma como as estradas são utilizadas já existe há algum tempo e os setores público e privado têm trabalhado nisso. Muitas cidades e jurisdições dentro das cidades já começaram a testar e implementar soluções que podem render grandes avanços quando se trata de aliviar a pressão sobre a infraestrutura. Como os silos de dados acima, essas soluções precisam ser dimensionadas além da base de teste em termos de custo e usabilidade. As considerações sobre escalonamento precisam fazer parte do processo de pilotagem, para que a solução não se torne única.

Um sistema de navegação que circula entre cidades e entre estados precisa fornecer um fluxo de informações comum e de fácil compreensão. Alertas de tráfego, fechamento de pistas, planos de tráfego e alertas de risco devem todos entrar em um formato similar, mesmo que esses alertas possam vir de agências diferentes.

3. Serviços de financiamento e gastos da cidade

A aquisição tradicional da cidade dificulta a obtenção de dados e serviços. As agências públicas estão acostumadas a comprar equipamentos ou serviços de engenharia para manter a infraestrutura física. Embora tenha sido dito que “os dados são o novo asfalto”, as agências geralmente não são configuradas para obter esses serviços. As vantagens de acessar dados e usá-las para criar serviços mais simplificados podem ser suficientemente claros para os inovadores da equipe da cidade. Mas navegar pelas regras e processos de aquisição pode onerar o progresso. E mesmo que os funcionários consigam passar pelos processos contratuais, uma autoridade eleita pode ter desafios de percepção ao gastar em serviços e dados em nuvem, enquanto seus eleitores ainda andem pelos buracos em suas estradas.

4. Trocar estabilidade por adaptabilidade

No desenvolvimento de infraestrutura, todo “i” deve ser pontilhado e todo “t” deve ser cruzado. E, claro, queremos que esse rigor garanta a segurança de uma ponte. Isso é sem dúvida importante, mas cria um rigor operacional que muitas vezes não deixa espaço para inovação e teste de novas abordagens.

O desenvolvimento de novas soluções requer que protótipos e testes sejam rapidamente desenvolvidos e implementados. Essa abordagem apresenta um desafio quando você tenta inseri-la em um sistema projetado para estabilidade. As agências locais geralmente têm métodos testados e verdadeiros de fazer as coisas, o que os mantém funcionando no prazo e dentro do orçamento.

5. Investir em pessoas

Analistas de dados e engenheiros de software não são ocupações tradicionais encontradas nos governos locais. Mas esses empregos serão necessários e em breve. As cidades precisarão começar a treinar seus trabalhadores atuais e atrair novos funcionários para assumir a tarefa de desenvolver e manter a inteligência de dados.

Como já discutimos acima, essa responsabilidade se estenderá por muitas jurisdições. Esses trabalhos estão surgindo e a hora de começar a desenvolver esses recursos é agora. Estamos na vanguarda de uma grande transformação. Como acontece com qualquer transformação, precisamos entender os desafios existentes, para que possamos enfrentar coletivamente as barreiras que impedem o avanço.

As estruturas que definimos para a forma como operamos e colaboramos são essenciais para lidar com as necessidades atuais e as oportunidades futuras da entrega de drones a carros autônomos.

A HERE Technologies orgulha-se de juntar-se à City Possible e associar-se à Mastercard em tecnologias de pagamento e mapeamento digital para tirar o atrito de um mundo cada vez mais conectado e móvel. Na HERE, estamos trabalhando nos setores público e privado de maneira prática para quebrar os silos. O caminho para o futuro é empolgante, mas, com certeza, nossa capacidade coletiva de mudar nossas mentalidades e práticas determinará o ritmo do progresso.

Vinicius Ferreira* – Bachelor in Automation and Controls Engineering (Mechatronics) and graduated in Marketing Administration at Universidade Paulista. Working for more than 15 years developing new products and solutions to improve efficiency and reduce operational costs. International experience in the USA which provided me the opportunity to get involved in all the areas and levels of the company. This big challenge provided me a better understanding of the company complexity and processes.

DroneShow Online em Junho

Continua repercutindo o sucesso do DroneShow 2018, que aconteceu juntamente com o MundoGEO#Connect de 15 a 17 de maio no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP).

Para quem não conseguiu fazer alguma atividade do evento presencial, está aberta a inscrição para uma oportunidade imperdível: o DroneShow Online será realizado de 19 a 21 de junho!

10.im_FaceSerá um seminário no qual o diretor da DroneShow, Emerson Granemann, fará um resumo dos principais lançamentos da feira e das questões discutidas no seminário de regulamentação e novos mercado, além de cinco mini-cursos com instrutores renomados, nas áreas de processamento de imagens, mapeamento, topografia e agricultura.

Os inscritos poderão acompanhar ao vivo ou assistir depois o replay, terão acesso aos materiais apresentados e poderão participar em um grupo fechado de networking.

Conheça os instrutores, a programação completa e inscreva-se

Este evento online com vagas limitadas tem o objetivo de oferecer uma oportunidade para quem não conseguiu acompanhar alguns dos principais conteúdos do evento DroneShow 2018 e também para quem foi ao evento mas não conseguiu assistir todas as atividades.

Imagem: Pixabay