Muito tem se falado da agilidade e detalhamento das imagens obtidas por drones. No entanto, os satélites continuam ‘correndo por fora’ e ganhando cada vez mais poder de imageamento. E vem muito, mas muito mais por aí

Drones, drones, drones: ultimamente só se fala nisso…

Talvez você tenha a impressão que a MundoGEO só aborda os veículos aéreos não tripulados, mas é que ultimamente tem tanta novidade sobre o assunto – e também teve a recente regulamentação do uso comercial – que parece que esquecemos de todo o resto e que não tem muito o que avançar em outras formas de sensoriamento remoto.

Mas você se enganou.

Sim, realmente o setor de drones está bombando, mas as imagens de satélites continuam avançando, seja em resolução – espacial, espectral, radiométrica, temporal -, nos diferentes formatos de dados – óticos, radar – e nos modelos de negócios – constelações de satélites, big data geoespacial, etc…

Pode ser um cliché, mas o planeta hoje é nosso quintal.

Veja por exemplo a recente erupção do vulcão Bogoslof, no Alaska, que já tem imagens detalhadas antes, durante e depois do ocorrido, inclusive do caminho das cinzas espalhadas na atmosfera e disponível para qualquer pessoa acessar, de qualquer lugar do mundo.

A análise das imagens demonstra claramente o efeito da erupção sobre o tamanho e a forma da ilha. Além disso, a altíssima resolução das imagens é tal que os satélites foram capazes de capturar um provável rebanho de lobos marinhos nas costa da ilha antes da erupção. Isto seria improvável com o uso de drones, que teriam que ser deslocados até o local do evento.

Por esta e por outras é que, hoje, deve-se ter muito cuidado quando se fala em uma tecnologia substituindo outra(s), pois o que precisamos é de complementaridade.

A seguir, algumas imagens de cortesia da DigitalGlobe que mostram uma análise da erupção e seus efeitos:

Imagem do vulcão antes da erupção
Image courtesy © 2017 DigitalGlobe
Caminho das cinzas do vulcão Bogoslov
Image courtesy © 2017 DigitalGlobe
Rebanho de Lobos Marinhos na costa da ilha

Ainda falando de DigitalGlobe, com a recente aquisição pela MDA, os dados do satélite Radarsat-2 vão ficar disponíveis na plataforma de big data geoespacial GBDX. Agora com dados de radar de abertura sintética (SAR, na sigla em inglês), usuários da plataforma GBDX da DigitalGlobe terão a capacidade de ver a Terra dia e noite, em todas as condições climáticas.

Paralelamente, outros grupos se movimentam no setor de observação da Terra, como a Planet Labs que lançou recentemente dezenas de nano-satélites e anunciou a aquisição da Terra Bella da Google. E os chineses não poderiam ficar de fora e estão lançando também sua constelação de satélites de alta resolução SuperView.

Nesse sentido, vale a pena dar uma navegada pelo globo virtual criado pela Kaspersky e colaborado pela comunidade sobre como deverá ser a vida em 2050. De acordo com a previsão, drones, constelações de satélites e veículos ‘mapeadores’ vão conviver em harmonia, fornecendo dados em tempo real de todo o globo (e quem sabe fora dele).

Pois é, já vivemos em uma era espetacular de imageamento da Terra, e vem muito mais por aí…