Empresas de energia e telecomunicações já estão implementando alternativas de computação móvel para automatizar os serviços de campo

Até bem poucos anos atrás, implementar sistemas GIS significava falar em enormes workstations UNIX com monitores de 21 ou maiores, muitas vezes isoladas em uma sala de piso falso e ar condicionado forte, onde um punhado de especialistas cuidavam da implementação de soluções departamentais, isoladas.

A tecnologia se popularizou com o advento das versões Windows dos principais produtos do mercado, associado ao aumento de potência de processamento das máquinas padrão Intel. Na realidade, hoje exigentes soluções de fotogrametria e restituição digital podem ser compostas com equipamentos de hardware que pouco diferem das máquinas que nossos filhos cobiçam para rodar seus games de última geração !

A última fronteira da computação que a tecnologia GIS vem conquistando é o da computação móvel, representada pelos chamados handhelds, capacitados pelos sistemas operacionais PalmOS, WindowsCE ou PocketPC. Estes equipamentos têm sido adotados por corporações como instrumento de automação de força de campo, representando o front-end avançado das aplicações corporativas como os sistema ERP, de vendas, CRM e outros. E os sistemas de suporte operacional capacitados geoespacialmente são também candidatos a este processo.

Empresas de energia e telecomunicações têm nas atividades de manutenção e operação de suas redes externas grande parte dos seus custos operacionais. Estas atividades são largamente dependentes de informação geoespacial, desde o endereço do serviço a ser executado até a informação sobre quais equipamentos e elementos de rede estão presentes no local, para orientar as atividades de reparo ou manutenção. Anteriormente estas equipes dependiam de mapas em papel, com a conhecida dificuldade de garantir a atualização e acuracidade da informação, ou eram dependentes de serem "guiadas no escuro" pelos centros de controle da operação, com intensa comunicação de rádio.

Várias destas empresas vêm implementando alternativas mais ou menos complexas de computação móvel para automatizar estes serviços de campo, sobre várias plataformas operacionais. O que é indiscutível é a vantagem que a inclusão da GeoTI traz para estas iniciativas, como pode-se ver na figura 1 abaixo.


Aplicação para recebimento de serviços em viaturas de campo (cortesia Intergraph Corp.)

Ainda nas empresas de energia e telecomunicações, mas também aplicável a inúmeros outros setores que utilizam de ferramentas GIS, estão as aplicações de coleta de dados de campo e inspeção. Neste caso, equipamentos handheld são pré carregados com um mapa de uma determinada área, que será checada para uma atualização e/ou simples captura de atributos adicionais das entidades já
Após a tarefa concluída, os dados capturados são incorporados ao banco GIS corporativo seja por métodos completamente automáticos, seja por métodos semi-automáticos com intervenção manual de operadores. A figura 2 ilustra uma aplicação deste tipo.


Aplicação de captura/inspeção em campo (cortesia Sisgraph LTDA GTI/USA)

Além destas, temos várias outras aplicações ainda incipientes, incluindo o envio de mapas de rota ou localização para celulares através de tecnologia WAP, XML e GML, e a transmissão de imagens super comprimidas por novos padrões de compactação, como o Mr SID. O que fica claro é que das estações de grande porte até os handhelds já percorremos um longo caminho de evolução tecnológica. Agora é dar asas à imaginação na criação de aplicações que suportem as necessidades de automação de processos das corporações.

Roberto Falco é Gerente de Aplicações para os mercados de Utilities/Telecom e Segurança Pública na Sisgraph e nos últimos cinco anos tem atuado na implantação de soluções de GeoTI. E-mail: rmfalco@sisgraph.com.br