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(Re) Pensando o Geo

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Fim de ano. Fim de século. Crise mundial. Prova de fogo da globalização e do plano real. Desemprego. Recessão. Opiniões de críticos e pessimistas de carteirinha. Expectativas. Novas oportunidades. Otimismo. Realismo. O momento é oportuno para reavaliar o mercado da geoinformação nesta última década do milênio. Muita coisa mudou: os preços caíram, a informática cria ferramentas cada vez mais simples e poderosas, a Internet surgiu, o mercado amadureceu. As soluções para nossos problemas parecem estar mais próximas.

Entretanto, antigas barreiras continuam firmes: falta de base de dados, principalmente geográficos; carência de formação de mão-de-obra especializada; inexistência de diretrizes para mapeamento e comercialização de dados geográficos; fraca cultura de uso de tecnologias de informação para planejamento. São enormes os entraves técnicos e políticos para estabelecer convênios visando produzir e compartilhar uma base comum.

O expoGEO Brasil99 – evento nacional que será promovido em Curitiba pela Espaço GEO em maio próximo – terá como tema central este grande momento de reavaliação no setor. Uma série de debates provocarão um grande (re)pensar dos erros, acertos, metodologias, políticas e principalmente estratégias adotadas até agora por produtores e usuários de geoinformação. A pergunta é: estamos no caminho certo? Os últimos 10 anos do mercado brasileiro, com destaque para as histórias de sucesso, serão discutidos e alternativas para seu crescimento serão apresentadas. A grande questão é se as geotecnologias, em particular o GIS, estão sendo realmente úteis para solucionar problemas do dia-a-dia, dos mais simples aos mais complexos.

Em setembro, no Gisplanet98, realizado em Lisboa, o diretor de uma importante empresa de cadastro espanhola afirmava que, apesar do mercado no seu país estar bem desenvolvido, muitos usuários se perguntam coisas como:
a) encontraremos problemas suficientemente complexos para os sistemas em que investimos tanto?
b) não deveríamos dar atenção primeiramente a nossas necessidades básicas e gradualmente evoluirmos para soluções mais completas?
c) hoje temos soluções em busca de problemas. Não seria melhor inverter esta situação?

Chegou a hora de repensarmos todos juntos: gerentes, decisores, especialistas e usuários finais. Tanto os que já estão no setor há bastante tempo como usuários recentes precisam saber a rota correta a seguir. Na hora de conceber os projetos, é necessário ter os pés no chão. Sem deixar de lado planos de médio e longo prazo, é preciso lembrar que resultados concretos e imediatos são fundamentais.

Emerson Zanon Granemann, diretor técnico da Espaço GEO infogeo@espacogeo.com.br

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