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Cartografia

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Edição Cartográfica x Preparo para GEO

Tenho ouvido contratantes de dados cartográficos afirmarem que, em geral, as empresas produtoras de Bases Espaciais não as entregam preparadas para GIS. A meu ver esta é uma afirmação conceitualmente incorreta.

Na verdade, o preparo para GEO deve se dar em uma etapa denominada Estruturação da Informação, que estará condicionada a vários fatores. O grau de aprofundamento que o órgão pretende imprimir ao Geoprocessamento; o software básico de GIS a ser usado; a modelagem de Dados Espaciais, Cadastrais e até mesmo Abstratos, que serão incorporados ao Sistema são alguns dos pontos a ser tomados em consideração. Ou seja, preparar para o GEO não se trata de um mero fechamento de polígonos.

Os órgãos contratantes, movidos pela pressa e no afã de recuperar tempo perdido, quase sempre tendem a inverter o processo de implantação do Geoprocessamento, contratando mapas digitais sem que um mínimo de modelagem de dados tenha sido estabelecido. Esta muitas vezes é a única saída, por não haver mais tempo a perder. Isto não é uma crítica, portanto; é uma constatação.

A implantação do Geoprocessamento deve passar pelas seguintes fases:
Projeto de Sistemas
Diagnósticos/Levantamento de necessidades;
Modelo lógico;
Modelagem de dados;
Definição de Hardware e Software;
Desenvolvimento de aplicações de GIS;
Aquisições;
Montagem de cenários de implementação;
Adoção do cenário básico, programação e orçamentos;
Modelo de gestão da base de dados.
Montagem da Base Cartográfica Digital
Estruturação da Informação Espacial para o Software de GIS adotado
Levantamentos Cadastrais Urbanos
– de logradouros;
– imobiliário.
Georreferenciamento e Estruturação de Dados Cadastrais Urbanos
Cadastros Geoambientais e Infra-estruturais
Montagem de Banco de Dados e Georreferenciamento/Estruturação
Projetos Especiais
Montagem Física do Sistema
Carregamento do Sistema
Capacitação e Operação

Assim sendo, a montagem da Base Digital Cartográfica só poderá resultar estruturada para GIS após um grande conjunto de definições fundamentais. Não resta a menor dúvida de que ela deverá ter uma completa edição cartográfica, mas entre estar acabada e preparada para ingressar como pano de fundo do Geoprocessamento há uma grande diferença.

Um outro fator determinante para que haja uma posterior preparação é o surgimento de novas tecnologias de Bancos de Dados, nas quais a Base Espacial é incorporada como uma camada. Sabemos que a Base Cartográfica é montada dentro de um conceito de CAD e não de GIS. A primeira etapa na transformação de CAD para GIS é a conversão dos dados, o que obriga à concepção e montagem de um conversor adequado. Não é legal do ponto de vista licitatório, muito menos ético, obrigar-se que a Empresa que produz Bases Cartográficas use este ou aquele CAD. Desde que se trate de um software de qualidade comprovada poderá ser usado, e isto gera mais um motivo de cuidado na obtenção do padrão e formato final da Informação Espacial. Isto é, haverá sempre um tratamento específico na conversão final para GIS.

A edição cartográfica básica deve se resumir em verificar e finalizar a Base Espacial Digital, de modo a:
Concretizar a estruturação em layers e níveis de informação, de acordo com tabelas previamente definidas;
Verificar e consolidar espessuras e padrões de traços, previamente definidos;
Introduzir complementações cartográficas, decorrentes de dúvidas de restituição, ou equívocos, motivados pela ocorrência de pormenores, total ou parcialmente cobertos por vegetação isolada, ou mal definidos por efeitos de sombras;
Inserir topônimos, símbolos e convenções previamente estabelecidas;
Consolidar ligações entre folhas, ortoimagens ou entre arquivos digitais.

Quando se fala em ligações é importante que este conceito se limite às conexões entre traços representativos dos objetos do terreno. As linhas deverão estar coerentemente interligadas no âmbito do arquivo ao qual pertencem, entre arquivos contíguos ou entre conjuntos de arquivos. O que não se pode é exigir que se fechem determinados polígonos que só poderão ser discriminados em operações cadastrais posteriores.

Incorporar à confecção da Base operações de preparo para GEO resulta mais caro e muito mais demorado, transformando o preparador da Base no entrave do Geoprocessamento.

Concluindo, é mais vantajoso para a Instituição Contratante preparar a base cartográfica para geoprocessamento no momento da conversão do CAD para o GIS adotado. Há dispositivos específicos para isso, o que torna a operação mais barata, além de descongestionar a edição da cartografia, normalmente elaborada por Consórcios, compostos por empresas que, embora adotem as mesmas metodologias, utilizam tecnologias diversas. Quem deve efetivamente realizar o preparo é a empresa que estiver assessorando o Órgão Contratante nas atividades específicas de desenvolvimento e implantação do geoprocessamento.

Geoprocessamento Municipal
Fluxograma geral

Paulo Tavares é Engenheiro Civil/Geodésia formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e diretor técnico da Geomática – Tecnologias da Informação Ltda. email:geomatica@alternex.com.br

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