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O GEO-Transporte no Paraná

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Por Rogeiro Galindo

GIS, topografia automatizada e GPS estão sendo usados pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/Pr) para melhoria dos serviços e mapeamento de recursos.

"Hoje em dia acredito que temos um dos melhores níveis de informatização entre os DERs do país. E também na parte de geo usamos tecnologias que estão entre as mais utilizadas no mundo". Quem afirma isso é o engenheiro cartógrafo Vilmar Faria Silva, coordenador do Núcleo de Geoprocessamento do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR).

O Núcleo de Geoprocessamento é um setor que foi criado recentemente no DER paranaense, principalmente devido aos avanços feitos nesta área pela Diretoria de Apoio Rodoviário aos Municípios (DARM), à qual Vilmar pertence originalmente. São 15 pessoas que trabalham com sistemas de topografia automatizada, GPS, estudos de usos de fotografias aéreas e na implantação de um Sistema de Informações Geográficas.

Atualmente está sendo concluído o primeiro projeto piloto realizado pelo Núcleo. Trata-se do cadastramento de estradas através de geotecnologias. O estudo foi feito em um trecho de 76 quilômetros com uso de GPS para desenho do traçado e de automação topográfica para o detalhamento dos entroncamentos (cruzamento de rodovias). O objetivo é que em breve seja colocado em cada entroncamento um par de marcos geodésicos, o que adensaria a rede GPS do estado. Além de ajudar os trabalhos do próprio DER, isso poderá servir para trabalhos de outros órgãos do governo.

Informatização

Segundo o diretor da DARM, engenheiro Gilberto Pereira Loyola, a informatização do DER paranaense começou em 1.995. "Quando cheguei do interior do estado, nessa época, tudo o que havia aqui na diretoria eram dois XT, um 286 e um 386", lembra. Foi então que se decidiu investir em novas tecnologias para maior integração entre as diversas regionais, distritos e a sede, buscando um melhor planejamento das atividades rodoviárias.

O geo veio em seguida, para ajudar no gerenciamento de obras e de investimentos. "Já tínhamos uma boa parte técnica para realizar os serviços, mas precisávamos de uma ferramenta que nos ajudasse a otimizar os recursos disponíveis", afirma Vilmar.

Para poder visualizar as ações do Departamento foi preciso antes de mais nada construir uma base cartográfica única e atualizada do estado. A coleção de mapas usada até a época datava de 1.981 e era formada por folhas cujas escalas variavam entre 1:75.000 e 1:150.000. A partir de cartas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da DSG (Diretoria de Serviços Geográficos do Exército) em escala 1:250.000 foi possível unir todas as informações e construir uma base confiável, que agora é atualizada a cada dois anos.

A atualização é realizada em parceria com outras instituições. As prefeituras, por exemplo, precisam fornecer informações sobre seus municípios para receber o mapa atualizado do DER. Outras secretarias de estado que precisem das informações também podem receber a base do DER. Em troca, porém, devem incluir nela suas próprias informações e auxiliar nas atualizações futuras.

Isso já está sendo feito através de convênios com as Secretarias de Agricultura, Indústria & Comércio e com a Secretaria de Educação. O projeto de nuclearização das escolas, por exemplo (decisão de quais os lugares de cada município onde deveriam se concentrar as instituições de ensino), passa necessariamente pela informação da existência de estradas pavimentadas. O DER forneceu a informação sobre a malha rodoviária e, como compensação, pode contar hoje com dados sobre educação em sua cartografia.

Estação Total fazendo levantamento em entroncamento rodoviário.

GIS

A atualização de 1.999 vai ser a primeira realizada diretamente em um Sistema de Informações Geográficas. O Genasys, sistema escolhido pelo Departamento, já está rodando em várias máquinas do Núcleo. O sistema já está sendo usado há cerca de um ano, principalmente com a função de dar apoio às decisões da Diretoria.

Hoje ainda há poucos funcionários do DER treinados para operar o sistema. Mas uma das funções do Núcleo de Geo é justamente a disseminação da geoinformação o que passa antes de mais nada pelo treinamento de pessoal. Nesse momento, cerca de 50 membros de diversas diretorias estão participando de cursos de CAD. A próxima etapa é passar para softwares de projeto, de topografia e de GIS.

Na área de geo, também foi oferecido recentemente um curso de GPS com a professora da Universidade Federal do Paraná Cláudia Krueger. Mais de 60 técnicos do Departamento participaram da atividade. Para breve, também está prevista uma palestra de introdução às geotecnologias em geral e apresentação dos resultados do projeto piloto GPS.

Mapeando investimentos

Uma função administrativa do geo no DER, de acordo com Gilberto, é facilitar a aquisição de financiamento de projetos do Departamento. "Se você chega para o BID ou para o Banco Mundial e consegue mostrar o teu trabalho organizado, dentro de um GIS e mostra para eles na tela onde exatamente está o serviço que você pretende realizar, a demonstração da necessidade de investimento fica muito mais fácil", diz o diretor da DARM. "Na verdade, o que estamos fazendo é mapear cada real que empregamos", completa Vilmar.

Programa de pavimentação asfáltica.

Quem parece concordar que esse é um bom caminho a ser seguido é o Secretário dos Transportes do Paraná, Heinz Georg Herwig. Em uma resolução assinada no começo de junho, Herwig decretou a criação do Grupo de Trabalhos de Geotecnologias da Secretaria. De acordo com a resolução, o grupo tem a função de elaborar, implantar e acompanhar a política e o uso das geotecnologias na Pasta. Com isso, além do DER, também passam a ser usuários do geo no estado a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina e a Estrada de Ferro Paraná Oeste – Ferroeste.

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