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O GEO entra no mundo dos negócios

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Com quatro eventos na mesma semana de junho, o GEO invadirá São Paulo, a capital dos negócios do país.
Por Deise Roza

Um, dois, três, quatro. Sim, quatro eventos ligados a GEO vão acontecer na mesma semana do mês de junho na mesma cidade, a Meca dos eventos, São Paulo. Isso não foi planejado pelos organizadores mas, tudo indica que, por uma feliz coincidência, de 8 a 16 de junho deste ano, a capital paulista vai se transformar na capital brasileira da Geoinformação.

Encontro de Usuários MapInfo
Dia 08, quinta-feira, a maratona começa com o I º Encontro Brasileiro de Usuários MapInfo, evento promovido pela empresa paulista Geograph, representante da americana MapInfo Corporation, que está apoiando o evento. Segundo Carlos Azevedo, sócio-diretor da Geograph, a data foi escolhida principalmente em função da disponibilidade dos executivos da matriz. "Além disso, o calendário brasileiro tem tantos feriados e festas que sobra pouco espaço disponível no ano", lembra.

Cidade de São Paulo

A Geograph espera atrair para o encontro cerca de 350 participantes, representando as várias empresas usuárias dos softwares MapInfo, 90% delas de grande porte, como Ericsson, Shell, Telefonica, Ibope, etc. O software MapInfo já tem mais de 3.200 cópias espalhadas pelo Brasil. Ele é usado principalmente na área comercial, para marketing e negócios. O encontro acontecerá nos dias 8 e 9. Haverá apresentação da linha de produtos MapInfo, discussão das tendências e tecnologias na área de geoprocessamento, palestras de profissionais da MapInfo Corporation e apresentações da utilização do software no dia a dia das empresas, feitas por usuários de diferentes áreas de atuação. Alguns exemplos são o projeto de mapeamento censitário do IBGE, o uso do MapInfo para geomarketing, pela Ion Information Network, as aplicações na gestão ambiental, da UFSCar, e a utilização na área de trade marketing e distribuição da Souza Cruz. Outras palestras explicarão dicas, truques e potencialidades das soluções MapInfo. Ao todo serão trinta apresentações, muitas simultâneas.

GEOBrasil 2.000
Dia 12, um final de semana depois do encontro da Geograph, começam o GEOBrasil 2.000 e o GEOInfo 2.000. O GEOBrasil 2.000 Feira e Congresso Internacionais da Geoinformação será promovido pela Alcantara Machado Feiras de Negócios, tradicional organizadora de eventos, entre eles o Salão do Automóvel, a UD, Brasilplast e PhotoBrazil. É um evento que pretende inovar já no enfoque que dará às Geotecnologias. "Ao invés de uma visão científica e técnica, que discute a forma de construção dos projetos, teremos uma visão voltada para as aplicações e resultados gerenciais, discutindo a utilização prática dos projetos", explica Emerson Zanon Granemann, coordenador do Congresso. "A proposta é apresentar de forma objetiva e clara a Geoinformação como um instrumento de gestão empresarial, tanto em ambientes corporativos como em aplicações de menor porte", completa.

Graneman considera a convergência dos vários eventos na mesma época e local positiva para o mercado. Segundo ele, isso polariza as atenções para o GEO, além de permitir que as pessoas de fora de São Paulo participem de vários numa viagem só. O GEOBrasil vai até o dia 16, contando com feira, dezesseis cursos, dois seminários e o congresso, composto de sete debates, oito módulos tecnológicos, onze fóruns de usuários e seis palestras especiais. A feira do evento será de 14 a 16, esperando receber algo em torno de 100 empresas e marcas expositoras, e um público de aproximadamente 3.000 pessoas.

Um amplo trabalho de divulgação do GEOBrasil está sendo desenvolvido pela Alcantara Machado para atrair o público especializado e potencial. Segundo Duda Escobar, diretora da empresa, além de comunicados enviados às editorias de revistas e jornais, anúncios estão sendo publicados na infoGEO, Cadesign, Saneamento Ambiental, Guia de Fornecedores Municipais, Obra, Jornal Telecom, Isto É e OESP/ Estadão (SP). No exterior, o evento está sendo divulgado no informativo do IMTA (International Map Trade Association), em anúncios nas revistas IT (EUA) e Geoinformación (Argentina) e pela GITA, incluindo palestra de Duda Escobar na Conferência Anual desta associação, que aconteceu na última semana de março.

As palestras especiais serão ministradas por figuras ilustres da área, como o ministro da Reforma Agrária, Raul Jungman, falando sobre a contribuição das imagens de satélite, do GPS e do GIS à questão agrária, o Coronel Erbas S. de Medeiros, do Ministério da Defesa, explicando as futuras mudanças na legislação do aerolevantamento, o diretor do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Márcio Barbosa, tratando do projeto CBERS (Satélite Cino-Brasileiro de Recursos Terrestres), o vice-presidente da Trimble, Charlie Armiger, trazendo algumas pistas sobre o futuro da tecnologia GPS, e Pretha Pulusani, vice-presidente da área de GIS da Intergraph, analisando os mercados emergentes de GIS. Outro palestrante especial será o presidente da GITA (Geospatial Information & Technology Association), Dan Bowditch, que vai falar da estratégia da entidade para difundir e popularizar as Geotecnologias e apresentar um panorama mundial do mercado no setor.

No congresso, dois debates que prometem atrair o interesse, um em virtude dos vários questionamentos suscitados pelo assunto o outro pela importância social, são "Impacto das Imagens de Alta Resolução no Mercado" e "Geoinformação e Qualidade de Vida". Este último contará com a presença de Milton Breiro do Conselho do Litoral do Estado do Paraná, Raquel Rolnik do Instituto Polis/SP, Alicia Rolla, do Instituto Socioambiental/SP e Aldaiza Sposati, vereadora do município de São Paulo, que apresentará o uso do mapa de exclusão social da cidade. Já entre os fóruns de usuários destacam-se as apresentações dos resultados operacionais do GEO em infra estrutura – com a participação da Copel, Telefonica, Celesc, Cemig e Sabesp – no gerenciamento de estradas, com cases do DER/PR e DERSA (SP), na logística dos Correios, na escolha de locais para construção de hotéis, no combate ao furto de veículos e no controle de linhas de ônibus da cidade de São Paulo. A expectativa de público para o Congresso é de cerca de 900 pessoas.

Dan Bowditch
presidente da GITA, é presença confirmada como palestrante no GEOBrasil 2.000.

A vice-presidente da Intergraph (GIS), Pretha Pulusani, será keynote speaker no GEOBrasil 2.000.

GEOInfo 2.000
Em paralelo ao GEOBrasil acontece o simpósio acadêmico GEOInfo 2.000 – II Worshop Brasileiro de Geoinformática, nos dias 12 e 13. Para Gilberto Câmara, coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento em Geoprocessamento do INPE e membro da comissão executiva do GEOInfo, a vantagem da união dos dois eventos é diminuir a distância entre a academia e os usuários. "São ambientes diferentes, é claro, mas gostaríamos que houvesse mais compreensão mútua, que um soubesse o que o outro está fazendo, e a realização dos dois eventos em conjunto pode possibilitar isso", diz.

O GEOInfo é direcionado a formadores de recursos humanos e especialistas na área de GIS. Tem o objetivo de traçar um panorama do que está em desenvolvimento no setor da informática voltada para GEO no Brasil. Max Egenhofer, da Universidade do Maine – um dos principais centros de pesquisa em geoprocessamento dos Estados Unidos – e Jayant Sharma, da Oracle, vão participar como convidados internacionais. Câmara espera que este ano o número de trabalhos apresentados fique em torno de 20 e que o público participante chegue a 100 ou 150 pessoas. Ano passado, a primeira edição do workshop contou com 15 trabalhos inscritos e 60 participantes.
O organizador afirma que há uma comunidade muito ativa na área de GIS no Brasil, em universidades e institutos de pesquisa de todo o país, o que alimenta a expectativa de que bons trabalhos sejam submetidos. A importância de um evento acadêmico como este, segundo ele, é sua contribuição para a formação de pessoal qualificado. "Um dos grandes fatores limitantes do desenvolvimento das Geotecnologias no Brasil é a falta de pessoal qualificado nessa área. Tipicamente quem trabalha com GEO no país são especialistas em informática que aprendem na prática a lidar com o software de GIS. Agora é que estamos começando a formar especialistas em geoprocessamento, com uma visão global. O evento tem a função de disseminar essa política de formação, e contribuir com a atualização tecnológica".

Palácio de Convenções do Anhembi

Planet Autodesk
Do dia 14 ao 16, acontece então o Planet Autodesk, evento realizado pela Autodesk, composto por feira e congresso. Apresentará em palestras as soluções Autodesk nas áreas de GIS/mapas, multimídia, mecânica, e arquitetura, engenharia e construção, representados pela sigla AEC. Segundo Acir Marteleto, gerente de vendas da área de GIS da Autodesk, serão convidados palestrantes dos Estados Unidos para o evento, provavelmente pessoal da empresa, especialistas nas áreas de eletricidade, telecomunicações e governo. Serão apresentados cases de sucesso de aplicação dos produtos Autodesk nestas áreas.

Marteleto afirma que, com o recente e grande interesse que o GEO está despertando na área de utilities, a parte do evento que trata de GIS e mapeamento só vai perder em público para a de AEC que já é tradicionalmente a mais forte. "Estamos realmente esperando bastante gente da área de serviços públicos que foram privatizados", diz. "O Vision, GIS da Autodesk para redes, é um dos líderes em telecom", completa. De acordo com ele, um dos destaques que serão apresentados para a área de utilities é a solução para equipes de campo, que permite inserir em um palm top (espécie de agenda eletrônica) as ordens de serviço e os dados gráficos da rede. Depois de executado o trabalho com o apoio destas informações, a atualização do banco de dados corporativo é feita através da Internet.

A organização do evento quer promover um intercâmbio com o GEOBrasil. "A meta é haver um ônibus transportando os visitantes de um evento para o outro e vice-versa. Quanto mais pudermos oferecer ao usuário melhor", explica o gerente. Segundo o site do Planeta Autodesk, a expectativa é de que ele receba cerca de 20.000 pessoas. A Autodesk tem grandes ambições na área de desenvolvimento de softwares de GIS. "A empresa pretende se tornar a líder mundial em GIS nos próximos três anos, com um crescimento de 25% em todo o mundo e cerca de 35 a 40% na América Latina", afirmou o gerente de contas da empresa para a América Latina, Cesar Alfonzo, em entrevista publicada na infoGEO 7, edição de maio/junho de 99.

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