"O investimento em Geotecnologias na área florestal é só uma questão de tempo, mais cedo ou mais tarde, todas as empresas terão que investir em sistemas de informação geográfica"
Por Aline Assumpção
Entre 23 e 25 de outubro aconteceu, em Curitiba, o IV Seminário de Atualização em Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informações Geográficas Aplicados à Engenharia Florestal. O evento promovido pela Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (FUPEF) e pelo Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal do Paraná e da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) acontece graças ao envolvimento de universidades, empresas e entidades governamentais. O Seminário contou com 21 palestras; 11 pôsteres técnicos científicos – destes, doze provenientes de universidades, dez de instituições governamentais e dez da iniciativa privada; além de estandes de empresas como Engesat e Manfra. Durante as palestras foram apresentadas experiências científicas, pesquisas de diversos países e casos de empresas de reflorestamento que têm investido em Geotecnologias – trazendo experiências realizadas no combate e controle de incêndios, doenças e pragas; na escolha do terreno; acompanhamento do corte e reconhecimento de espécies.
Um aspecto bastante abordado durante o evento e considerado pelo mercado uma tendência irreversível foi o cadastro florestal. Empresas como Batistella (Mobasa), Klabin Riocell, Pisa Florestal S/A, International Paper do Brasil( antiga Champion Papel e Celulose) e Aracruz, mostraram como têm investido com sucesso em aplicativos de GIS e cadastro. "O investimento em Geotecnologias na área florestal é só um a questão de tempo, mais cedo ou mais tarde todas as empresas terão que investir em sistemas de informação geográfica", explica Marcelo Araújo, da Aracruz, que apresentou o processo de implantação do sistema de apoio à gestão florestal na empresa capixaba.
Para Eduardo Queluz, da Placas do Paraná, a maioria das empresas tem investido em gerenciamento e monitoramento ambiental devido, principalmente, à nova legislação, que concede o FSC – também chamado de "selo verde", uma espécie de controle da qualidade, para empresas que gerenciam os recursos naturais e investem em monitoramento ambiental.
O gerente comercial da Aerosat, Adão do Vale, mostrou-se satisfeito, "todas as empresas presentes no evento estavam realmente procurando soluções nas Geotecnologias e demonstraram grande interesse em contratar esse tipo de serviço", afirma. Segundo ele, a maioria das empresas de grande porte já tem investimentos nesse sentido, e estão buscando apenas aperfeiçoamento e atualização de dados, enquanto que as de médio e pequeno porte estão buscando saber mais para investir num futuro próximo.
O coordenador do evento, o professor Attílio Antônio Disperati, mostrou-se bastante satisfeito com os resultados do Seminário – que para ele é um excelente canal para difundir o uso de Geotecnologias aliado à Engenharia Florestal. "A tendência é de que cada vez mais as duas áreas caminhem juntas.
Por parte do engenheiro florestal, sempre houve um preocupação com uso adequado dos recursos naturais, e recentemente tem havido um aumento da consciência, por parte das empresas, que estão percebendo a importância da gestão ambiental, e das facilidades e benefícios proporcionados pelos investimentos na gestão através das Geotecnologias", explica Disperati.