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MAPEAMENTO URBANO: Foto aérea ou imagem de alta resolução?

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"A opção a ser adotada quanto a que produto deveremos empregar na execução e qualquer mapeamento, foto aérea ou imagem (orbital) de alta resolução, deve ser precedida de análise quanto aos seguintes aspectos: Adequação técnica; Disponibilidade no tempo necessário e Preço.

Primeiramente, devemos fazer a análise dos aspectos técnicos das alternativas que dispomos, em função da finalidade do mapa a ser obtido. O mapa urbano típico é plani-altimétrico e com padrões de precisão compatíveis com a escala de 1:2.000 e curvas de nível com eqüidistância de 1m. As precisões estabelecidas para esta carta são, para a planimetria, de 90% dos pontos testados com discrepâncias menores que 1m; para a altimetria, 90% dos pontos testados com discrepâncias inferiores a meia eqüidistância, ou seja, 0,5m.

A foto aérea a ser utilizada, visando uma carta na escala de 1:2.000, deverá estar na escala de 1:8.000, com emulsão pancromática. Considerando-se que serão empregadas estações de restituição digital, os negativos deverão ser escanerizados com pixel de 24, o que representa 19cm no terreno. Admitindo-se que a acuidade de um operador experiente, definida em um sem número de trabalhos já realizados, determina que poderá ser cometido um erro de até 1,5 vez a dimensão do pixel, resultará o erro deste operador em 28,5cm. Este erro garante, com folga, a precisão planimétrica preconizada para a carta, de 1m. Para a altimetria, a acuidade do mesmo operador é de 15cm, vários trabalhos já realizados demonstraram que a discrepância de pontos ficou inferior a 15cm, portanto menor que os 50cm requeridos para a carta. Os níveis de precisão com o emprego das fotografias aéreas, não deixam margem para dúvidas quanto à adequação deste material para a obtenção de mapas urbanos.

Por outro lado, as imagens orbitais de alta resolução, hoje com possibilidade de serem disponibilizadas, como as que podem ser obtidas pelo satélite Ikonos, apresentam resoluções de 1m para imagens pancromáticas e de 4m para imagens multiespectrais. A experiência com a utilização destas imagens, é ainda relativamente pequena, uma vez que passaram a ser geradas em setembro de 1999. Temos conhecimento de que estas imagens podem ser encomendadas para uma região específica. Entretanto, não é fornecida nenhuma garantia quanto ao prazo para a entrega das imagens, isentas de nuvens, conforme são necessárias. Segundo dados publicados em artigo de Thierry Toutin e Philip Cheng (InfoGEO-de set/out 2000), o produto mais preciso fornecido pela Space Imaging é o Precision com exatidão CE90 de 4m, ou seja, exatidão posicional circular de 4m com um nível de certeza de 90%. Para ter acesso ao produto Precision, o usuário deverá enviar à Space Imaging, pontos de apoio de campo e modelo digital do terreno. Isto determina que somente pode ser utilizado este produto em áreas previamente mapeadas. Em se tratando de mapeamento urbano, com o nível de precisão inicialmente referido, fica clara a inadequabilidade do emprego deste produto.
As análises subseqüentes, referentes à disponibilidade no tempo necessário e de custo, ficam prejudicadas diante do resultado da condição de adequação do emprego da segunda alternativa. Por enquanto, para o mapeamento urbano … FOTOS AÉREAS."

Antonio Luiz Codespoti Teixeira de Freitas, Engenheiro Civil – UFPR, Responsável Técnico e Coordenador Geral de projetos cartográficos da Aeroimagem Aerolevantamentos. E-mail: aluiz@aeroimagem.com

"Como é do conhecimento público até por levantamento realizado pela Associação Nacional das Empresas de Aerolevantamento (ANEA) – e amplamente divulgado durante o último GEOBRASIL – o Brasil encontra-se em uma situação crítica – uma verdadeira fratura exposta, em relação à disponibilidade de mapeamentos atualizados tanto urbanos quanto rurais, para atender a demanda das mais variadas áreas desde Telecomunicações, Inteligência Fiscal, Planejamento, até Agribusiness, principalmente em escalas maiores que 1:25.000.

A falta generalizada desses mapeamentos coloca, em minha opinião, a pergunta objeto dessa matéria em situação sui generis pois não estamos na verdade interessados em um confronto, não é esse o foco, mas sim em oferecer soluções para nosso país quanto ao equacionamento da questão cartográfica e suas conseqüências e alavancagem do desenvolvimento; até porque do ponto de vista estritamente técnico e de requisitos, os melhores produtos cartográficos que podem ser obtidos a partir de imagens do satélite IKONOS – estado da arte – são compatíveis, segundo especificações da National Imagery and Mapping Agency (NIMA) dos EEUU, com a escala 1:2.400. Desse modo não podemos ainda, havendo requisito de exatidão planialtimétrica (CARTOGRÁFIA) atender o mercado urbano e demandas de escalas maiores que 1:2.400; do ponto de vista TEMÁTICO pode-se sim trabalhar com imagens em escalas maiores. Esta questão está no entanto, com dinâmica acelerada e daqui a dois anos o programa IKONOS Block II lançará um novo satélite com 0,5 m de resolução espacial, licença já autorizada em janeiro de 2001 pela Governo dos EEUU. Importante também registrar que atualmente empresas tradicionais de aerolevantamento são também representantes e fornecedores de imagens e produtos oriundos de satélite de alta resolução.

É preciso lembrar que a nova geração de sensores imageadores orbitais de alta resolução os assim denominados satélites de alta resolução – como é o caso do IKONOS, EROS, e outros que estarão em órbita em questão de meses é hoje uma realidade; a tecnologia tem impactado a todos; especificamente o IKONOS traz a denominada alta resolução não somente do ponto de vista espacial, mas também as tão esquecidas resoluções espectral, radiométrica e temporal; o impacto em nível mundial tem sido tremendo, revolvendo também sobremaneira questões relacionadas à legislação de aerolevantamento.

Por muitas vezes o purismo, e em especial a tendência geral em reduzir a discussão a um mero confronto de resoluções espaciais, tem demonstrado a falta de conhecimento, havendo também, inclusive no meio técnico especializado, significativa desinformação quanto aos satélites de alta resolução;

Creio que o mercado é que regulará e escolherá qual a técnica e o produto a ser utilizado em cada situação, até porque o preço e prazo de entrega também são elementos fundamentais nessa questão. Vale lembrar que nesse aspecto torna-se imperativo também, além de quantificar o custo no qual que o mundo ocidental tornou-se exímio especialista em quantificar o benefício, onde ao que me parece ainda estamos engatinhando. Somente dessa maneira poderemos realizar comparações justas. Enquanto isso, para o bem de nosso Pais, recomendo para MAPEAMENTO URBANO: Foto aérea E imagem de alta resolução !"

Ulf Walter Palme, Engenheiro Agrônomo UFPR, MSc. Sensoriamento Remoto, Professor, Palestrante, Treinador, Manager Brasil da Space Imaging LLC. E-mail:ulfpalme@directnet.com.br 

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