Aerolevantamentos realizados a baixa altura e com médio formato
Com o advento da globalização, os países desenvolvidos exportaram a alta tecnologia dos satélites para os países subdesenvolvidos. Esta invasão de mercado gerou insegurança nas empresas de aerolevantamento convencional, que passaram a debater e explanar na mídia somente as características destas duas tecnologias envolvidas principalmente com mapeamentos, negando-se, sistematicamente, outras opções tecnológicas.
Um grande número de aerolevantamentos passa ao largo do mapeamento. São trabalhos dirigidos a todo tipo de empreendimentos, atendendo a indústria de construção civil e pesada, as concessionárias de rodovias e ferrovias, os projetos industriais, e auxiliando as prefeituras em projetos de implantação de corredores de tráfego, de urbanização e canalização de córregos … enfim, um sem número de situações que não necessitam de mapeamentos e nos levam a caminhos onde vamos encontrar alternativas técnicas e econômicas que deveriam ser discutidas com mais seriedade por representarem, hoje, uma tendência mundial.
Um exemplo disso é o aerolevantamento realizado a baixa altura (1:2500 a 1:1000) e com negativos de médio formato (55 x 55 mm). Sua utilização pode ser constatada numa grande variedade de situações. No Japão, através desta tecnologia, são feitas tomadas aéreas de catástrofes sísmicas, florestas, poluição por vazamento de óleo no mar; na Bolívia, para registro de plantações irregulares e sítios arqueológicos; no México, para controle de plataformas petrolíferas; na Suécia, a polícia utiliza estas câmaras de médio formato e a baixa altura para documentar acidentes cuja nitidez das fotografias permitem detectar detalhes de marcas de pneus; nos Estados Unidos, destacam-se os trabalhos realizados pelos técnicos da NASA que utilizam este sistema desde os anos 60 em suas missões espaciais; no Canadá, para controle de suas florestas pelo governo; e na Tailândia, onde estão sendo aerolevantados seus templos históricos, dados são utilizados para preservação do meio ambiente.
Imagem com inserção de coordenadas e marca de reseau – escala 1:5.000
Em Angola, um país em guerra, a Altavisão, através desta tecnologia que permite uma grande mobilidade operacional, pôde colaborar com empresas brasileiras nos projetos de abastecimento de água da cidade de Luanda, urbanização de seu porto e da Baia de Kabíla. No Brasil esta empresa realizou uma quantidade significativa de aerolevantamentos a baixa altura e médio formato, destacando-se projetos com assuntos lineares e sinuosos, como as rodovias Presidente Dutra, Anhanguera, Bandeirantes e Castelo Branco, a Linha Amarela no Rio de Janeiro, córregos como o Águas Espraiadas e Jacu-pêssego, o Rodoanel, o trecho 05 do Metrô de São Paulo, as linhas ferroviárias da CPTM, entre outros, em escalas próximas de 1:2.500 e abrangência de 500 m no solo. Alguns destes trabalhos foram realizados após os aerolevantamentos convencionais em escala 1:10.000 e por satélites por fornecerem imagens de maior resolução, em escalas maiores e, ainda, por viabilizarem uma periodicidade dos levantamentos, em razão dos custos e prazos de execução.
A câmara métrica de médio formato (55 x 55 mm) utiliza os mesmos princípios da câmara de grande formato (230 x 230 mm), no entanto, com custo muitas vezes menor que reflete nos custos/preços destes serviços. A câmara métrica utilizada pela Altavisão possui objetiva de alta definição corrigida de distorções e está acoplada a um GPS e a um computador que permitem a inserção de coordenadas como latitude, longitude, data e hora, estando equipada com uma placa reseau de cristal óptico que possibilita medições fotogramétricas.
Câmara métrica de médio formato Hasselblad modelo MKWE 70
Alertamos para o fato de que, comumente, a câmara de médio formato é confundida com a câmara de pequeno formato (24 x 36mm). Trata-se de uma tecnologia com recursos limitados e nada parecidos com a primeira.
A tendência de se realizar aerolevantamentos com câmara de médio formato junta-se ao ineditismo de se usar a plataforma helicóptero que registra com facilidade os assuntos lineares mais sinuosos, com abrangência não superiores a 500 m, sem nunca fugir do eixo do assunto em questão.
A captação das imagens a baixa altura possui duas características principais. Primeira, as imagens são entregues com escalas maiores sem a necessidade de ampliações adicionais e, segunda, sua altíssima resolução permite a visualização de detalhes, como um cabo de alta tensão, resolução esta muito superior a do mais sofisticado satélite disponível.
Apesar destas vantagens, existem inúmeras dificuldades que não foram superadas em todos estes anos de divulgação e utilização do médio formato.
empresas com estas características. Cabe às autoridades responsáveis pela fiscalização e regulamentação desta atividade facilitar e estimular o desenvolvimento de tecnologias emergentes que atendam as reais necessidades do país.
Finalizando, temos que criar uma cultura de uso dos aerolevantamentos a baixa altura e do médio formato. Isto representará uma economia significativa de investimento das empresas de aerolevantamento e uma substancial redução de preços dos serviços. Fica aberta a discussão – o assunto é extenso e será uma surpresa tecnológica gratificante quando for perfeitamente compreendido.
Poluição do Rio Tietê – escala 1:2.500
Calogero Miragliotta Netto é diretor da ALTAVISÃO Imagens Aéreas
SC Ltda. e responsável pela introdução de aerolevantamentos a baixa altura através do SISTEMA ALTAVISÃO. Site :http//www.altavisao.com.br. E-mail: aerolevantamentos@altavisao.com.br.