Em recente reunião no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro (RJ), o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Luiz Gylvan Meira Filho, comparou o acordo de cessão do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, para o lançamento comercial de satélites dos Estados Unidos, à prestação de serviços de um aeroporto.
"O fato de a Varig, por exemplo, pousar seus aviões no (aeroporto) Santos Dumont não significa que a Infraero esteja alugando o local, mas prestando um serviço de utilização do espaço", disse Gylvan Meira, negando que o Brasil esteja alugando a base.
Em sua avaliação, não existe motivo para que o Tratado de Salvaguarda de Tecnologias, a ser firmado também com a Ucrânia, esteja no centro de uma discussão sobre quebra da soberania nacional.
"O Brasil não está cedendo sua soberania, a base de Alcântara é que vai continuar sendo operada pelo governo brasileiro", assegurou. De acordo com o presidente da AEB, o mais importante é garantir para as futuras gerações a autonomia de decisão sobre a fabricação, operação e lançamento de satélites. Entretanto, ele reconheceu que a questão está no âmbito político.
"É um debate político, já que será uma decisão da sociedade brasileira", afirmou, referindo-se ao fato de o acordo só passar a vigorar após a aprovação do Congresso Nacional.