Entre os anos de 1989 e 1999 a bacia hidrográfica da represa Billings, no ABC Paulista, teve um aumento de cerca de 9 km² em áreas ocupadas por habitações, em grande parte clandestinas. Esse é um dos resultados do relatório Billings 2000 – Ameaças e Perspectivas para o Maior Reservatório de Água da Região Metropolitana de São Paulo, divulgado nesta semana pelo ISA (Instituto Socioambiental).
O relatório utilizou imagens de satélite da bacia, dados censitários e geográficos, tabulados e interpretados ao longo de um ano. Os cursos d’água existentes na região do Alvarenga, em São Bernardo, por exemplo, tiveram um aumento de 46,9% no ICPH (Índice de Comprometimento da Produção Hídrica), que considera parâmetros como formato da área e quantidade de nascentes.
O ICPH foi desenvolvido pelo ISA em parceria com a Unicamp. O estudo apresenta a variação do ICPH para as 146 subbacias da represa. A mais comprometida é a subbacia número seis, na zona Sul da capital – variação do IPCH de 1.409%. Nenhuma das 146 teve melhora na situação – algumas conseguiram manter seus índices. De acordo com o estudo do ISA, existiam, até 2000, 90 requisições de exploração mineral na bacia da Billings, em trâmite no Dnpm (Departamento Nacional de Produção Mineral).
Caso todos os pedidos fossem aceitos, 26% da área da bacia seriam explorados, em busca de bauxita, caulim, água mineral, areia e até ouro. Segundo o estudo, as atividades de extração mineral têm como principal impacto ambiental o assoreamento de cursos d’água e da própria represa.