Brasil e Ucrânia estão caminhando para criar uma empresa conjunta que comercialize o serviço de lançamento de satélites a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. Os brasileiros entrariam com a base, cuja posição próxima à linha do Equador é propícia à realização de lançamentos mais baratos e usando menos combustível, e os ucranianos entrariam com seus poderosos foguetes Cyclone-4. A tecnologia de lançadores ucraniana é bastante avançada.
"O Cyclone-4 é um foguete altamente competitivo, do mesmo nível do Ariane-4 francês e do Delta-2 americano", diz Múcio Dias, presidente da Agência Espacial Brasileira.
O lançador consegue pôr até três toneladas em órbita geoestacionária (em que o satélite acompanha a rotação da Terra, ficando sempre sobre o mesmo ponto do solo), onde ficam os principais satélites de telecomunicações. Com o lançador à disposição, a base de Alcântara poderá finalmente entrar no grande mercado de lançamento de satélites, que, segundo Dias, movimenta pelo menos US$ 1 bilhão ao ano. "Nosso objetivo é fazer de 6 a 10 lançamentos anuais", afirma.
Se tudo correr como o planejado, o primeiro lançamento virá em 2005. A proposta de criação de uma joint venture envolvendo os dois países ainda está nos primeiros passos. "É só o início de todo um trabalho", afirma Dias. Nos próximos três meses ucranianos e brasileiros irão avaliar qual será a infra-estrutura específica que precisará ser montada em Alcântara para lançar o Cyclone-4.