Ontem (22/5), no Congresso GEOBrasil, o pesquisador do Inpe Waldir Renato Paradella fez uma palestra sobre radares imageadores orbitais. O evento está levando ao Centro de Convenções Imigrantes, em São Paulo, as novas tendências do setor de geoinformação. Dentro deste contexto, o pesquisador explicou aos congressistas como funciona esta nova tecnologia de mapeamento.
"Há uma tendência de proliferação dos sistemas orbitais. Agora, nesta nova fase, temos equipamentos permitindo mais que uma polarização, ou seja, mais que uma imagem", disse o pesquisador, destacando o Envisat, sistema sucessor dos satélites ERS-1 e ERS-2. "Este satélite tem 10 instrumentos sensores a bordo; não leva apenas o radar orbital ASAR", explicou. Lançado pela Agência Espacial Européia há pouco mais de dois meses, o Envisat é um poderoso instrumento de observação do meio ambiente.
O satélite é o maior já construído para observação do clima e irá observar durante cinco anos todo o planeta, tomando em tempo real imagens e medidas dos oceanos, superfícies emergidas e zonas polares, além do estado da atmosfera. Construído por cerca de 50 empresas sob a direção da Astrium para a Agência Espacial Européia (ESA), o Envisat é o maior e mais complexo satélite projetado e construído pela indústria européia. Uma gigantesca plataforma, com 8,2 toneladas de peso e 26 metros de envergadura com suas aspas abertas.
O Envisat seguirá uma órbita quase polar (inclinada de 98 graus em relação ao Equador), a 800 quilômetros de altitude. A trajetória do satélite foi calculada de forma que passe sobre cada região sempre no mesmo horário solar, para garantir condições idênticas de observação. Ele vai completar um movimento de rotação a cada cem minutos e completará a cada 35 dias um ciclo de revolução (movimento em torno da Terra).