Com base em 8.400 fotos aéreas e 800 vistorias, a Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano de São Paulo concluiu que o número de favelados no município é menor do que se imaginava. O trabalho, realizado em parceria com o Centro de Estudos da Metrópole (CEM) da Universidade de São Paulo (USP), revelou que há 1.160.590 pessoas vivendo em aproximadamente 287 mil domicílios, espalhados por 2.018 favelas. O mapeamento digital mostra que o crescimento das favelas, ainda que menor do que se imaginava, segue em ritmo mais acelerado do que o da população da cidade. Entre 1991 e 2000, esses núcleos avançaram 2,97% ao ano, o que equivale ao surgimento de 464 novas favelas no período. O índice de crescimento da população total de São Paulo foi de 0,9% ao ano. Já a elevação da área das favelas ficou em 24% na década, enquanto o adensamento populacional passou de 360 para 380 habitantes por hectare. O estudo aponta que seria necessário um investimento de R$ 3 bilhões de reais, ao longo de 15 anos, para urbanizar as favelas da capital, retirar moradores de áreas de risco e de mananciais e regularizar as moradias, fornecendo títulos de posse aos ocupantes. O secretário da Habitação, Paulo Teixeira, acredita que a partir desse levantamento ficará mais fácil encontrar formas de combater o problema e também obter recursos para aplicar nos projetos. Por enquanto, a verba da Prefeitura destinada às favelas para este ano é de R$ 70 milhões, incluindo financiamentos feitos pelo Banco Mundial e governo federal.
Mapeamento digital revela realidade das favelas de São Paulo
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