Não é só o desmatamento que provoca destruição na floresta. Levantamento do Ministério do Meio Ambiente prevê para esse ano a expansão de 1,1 milhão de hectares no cultivo de culturas agrícolas na região. Desse total, 69% são de plantação de soja, seguida pelos cultivos de milho e arroz.
O documento mostra, ainda, a mancha das pastagens para a pecuária, que está numa faixa desde o Acre até o Maranhão. Em algumas áreas do estado do Acre, devido ao crescimento do número de bovinos, é possível inferir que o desmatamento da região esteja associado à expansão pecuária. Em outras áreas está ocorrendo a conversão da pecuária para a agricultura.
Dados preliminares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a agricultura na região está se expandindo numa proporção maior do que a média brasileira. A variação da área plantada para a região Norte é de 12,09%, e para o Centro-oeste é de 15,08%, enquanto a média brasileira fica em 8,67%. A expansão de pastagem plantada no período de 1970 a 1996 na Amazônia Legal foi de 512%, enquanto no Brasil o índice ficou em 203%.
A plantação de soja, que era restrita ao Mato Grosso, está avançando em outras áreas na Amazônia. No setor pecuário, os estados que mais cresceram foram o Acre e Rondônia. Com base nesses números, pode-se afirmar que a atividade agropecuária é a grande responsável pelo desmatamento na Amazônia.
Para formar pastagens e preparar o solo para o plantio, os agricultores acabam desmatando as florestas sem critério, de forma aleatória. Para o governo, um dos instrumentos de preservação da região é o ordenamento territorial, com o zoneamento ecológico econômico (ZEE) e a regularização fundiária.