Projeto conjunto da Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, e do Centro Aeroespacial da Alemanha produziu o mais detalhado mapa do campo gravitacional da Terra, até 50 vezes mais preciso do que os modelos anteriores.
O mapa, que vai ajudar a aprimorar as previsões meteorológicas e o estudo de mudanças climáticas, foi produzido com dados coletados 111 dias pelas sondas gêmeas do projeto Grace (sigla em inglês para Experimento de Avaliação da Gravidade e do Clima). Em princípio, as medições serviriam apenas para calibrar os instrumentos. O mapa, que ganhou o nome GGM01, foi apresentado a especialistas neste mês, durante a reunião da União Internacional de Geodésica e Geofísica, no Japão, meses antes de missão iniciar de fato sua fase de operações científicas. A distância entre os satélites Grace na órbita da Terra muda ligeiramente em função de variações no campo gravitacional da Terra.
Os instrumentos a bordo são capazes de medir essas diminutas variações com precisão sem precedentes, traçando um mapa das diferentes intensidades com que a força da gravidade é exercida sobre a superfície.A interação dessas forças com os oceanos está relacionada a uma série de fenômenos climáticos. O mapa revela detalhes de uma superfície imaginária, em que fica clara a altitude a que chegaria o oceano em vários pontos, se fossem influenciadas apelas pelo campo gravitacional da Terra, sem o peso das correntes marinhas, ventos e marés. A altitudes variariam até 200 metros.
Quando estiverem em plena operação, os satélites vão produzir mapas do campo gravitacional da Terra a cada 30 dias, com precisão mil vezes superior à dos mapas atuais.