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GIS na Transpetro

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Acesso amplo a dados georreferenciados de todas as faixas de dutos garante rapidez e segurança

Por Marjorie Xavier

A Transpetro investe em geotecnologias para garantir sua competitividade, apostando no sistema de informações geográficas (GIS) para aperfeiçoar o gerenciamento de seus dutos e terminais. Algumas das tecnologias utilizadas pela empresa nesta área serão exibidas no Rio Pipeline Conference & Exposition 2003, evento que acontece no Rio de Janeiro entre os dias 21 e 24 de outubro, onde serão destacadas ações para a segurança operacional.
A implementação do GIS levou a empresa a elaborar "web-maps" a partir de ortofotos e instalar rede geodésica de alta precisão em GPS. O sistema é centralizado, através da internet/intranet, com o uso de gerenciador de banco de dados Oracle e software MapGuide/Autodesk. Com a experiência de mais de 20 anos em tecnologia GIS para integrar técnicas sofisticadas de análise e tratamento de informações de bases gráficas e bancos de dados alfanuméricos, agora a Transpetro se vale da ferramenta em todas as faixas de dutos. "Além das informações georreferenciadas, o sistema agrega dados de relatórios feitos semanalmente sobre as condições de cada duto", conta o engenheiro Ronaldo Romeu Costa, gerente de terminais terrestres e oleodutos da Região Sul. "O sistema dá confiabilidade e facilita o trabalho. Sem dúvida, o GIS, bem administrado, é uma ferramenta poderosa que apresenta uma visão ampla com um simples clicar na tela", comenta o gerente, que destaca a importância da eficaz e permanente atualização dos dados.

Portal GIS TRANSPETRO versão 3.0 (tela de abertura)

Hoje, é fácil localizar qualquer elemento de uma base cartográfica ou documentos no sistema em vários níveis de ampliação, inserindo qualquer informação e encontrando suas coordenadas exatas em dutos, válvulas, proprietários de terras atingidos pelos dutos e todos os metadados. São aproximadamente 8.200 quilômetros de dutos, com documentação arquivada nos mais diferentes formatos. Os dados gerados para a malha de dutos e o tratamento das informações fazem com que o usuário tenha mais segurança, facilidade no uso e na disponibilização de dados de terceiros, além de dar embasamento técnico para diversas ações de natureza institucional nas faixas de domínio, conferindo maior segurança operacional às instalações de transporte.

"A disponibilidade de informações atualizadas e confiáveis se constitui em um dos mais importantes valores agregados de um negócio", destaca Ulisses Dias Amado, coordenador do GIS da Transpetro. "Foram realizados investimentos da ordem de US$ 15 milhões, passando pelo mapeamento, geração de desenhos detalhados contendo ortofotos, levantamento dos equipamentos instalados (válvulas, retificadores, etc), implantação da rede GPS, recadastramento de proprietários atingidos e de vizinhos às faixas, informatização e treinamento dos usuários e operadores, além de inserção de todas as informações na intranet em formato de GIS, junto ao web mapping", enumera Amado.

Tecnologia

Durante um ano e meio, as instalações foram mapeadas por sensores aerotransportados, com o uso da tecnologia de perfilagem a laser. Esta técnica gera mapas digitais de relevo de terrenos em prazos muito curtos. O sistema, que consiste em um sensor a laser instalado em uma aeronave, obtém coordenadas espaciais (X,Y,Z) de pontos na superfície terrestre. No sensor está alojado um laser de espectro próximo do infravermelho, sistema de referência inercial, parte ótica e eletrônica do receptor e um rack de controle que abriga os componentes do computador, controlado por uma tela de toque (touch screen). Quando em funcionamento, um laser de alta precisão é direcionado para o solo por uma abertura no chão de aeronave. O laser varre a superfície do terreno abaixo da aeronave e registra a distância até o solo para cada um dos raios emitidos. A partir daí, por pós-processamento é obtida a coordenada espacial de cada ponto medido.


Mapa do Brasil georreferenciado com todas as faixas de dutos

Para garantir a qualidade das informações, foram instalados pontos de controle no campo simultaneamente aos levantamentos aéreos, que geraram as imagens de mapeamento regional com 5 quilômetros de largura ao longo das faixas de dutos. Estas imagens foram tomadas de forma a compor o sistema de GIS, em coordenadas UTM e geográficas, com possibilidade de visualização dos dados em escala de até 1:10000 e precisão média de 50 metros. Estas imagens servem para a análise de sensibilidade ambiental das áreas atravessadas pelos dutos, além de possibilitar o conhecimento da região de interesse, planejamento de atividades e ampliação das instalações.

Relação de alguns temas para navegação no site

As imagens aéreas serão renovadas, em média, a cada 5 anos, com a geração de DTM (Digital Terrain Model) com as curvas de nível de toda faixa mapeada, facilitando estudos de melhoria do escoamento dos dutos, ampliações do sistema e simulações de caminhamento do produto líquido em caso de vazamento.

Geolocalização dos dutos na faixa

Os dutos são localizados e geoposicionados no subsolo da faixa, com o auxílio de equipamentos de navegação inercial (pig inercial) ou de técnica eletromagnética de condução (PCM), sendo a segunda capaz de localizar e coletar dados ao longo do duto terrestre ou submerso, com precisão relativa de até 5% no plano horizontal e 10% no vertical.

Mosaico aerofotogramétrico na escala 1:8000 da refinaria de Capuava (RECAP)

Livre acesso aos dados

Uma das preocupações da Transpetro está relacionada à democratização desta informações, disponibilizando "mapas inteligentes" em ambiente intranet/internet. Isto permite que um usuário sem grandes conhecimentos técnicos de sistemas possa usufruir os benefícios do GIS. A análise em mapas interativos resulta um maior arsenal de informações para fundamentar a tomada de decisões na implantação de novos sistemas nas faixas de domínio, manutenção de dutos existentes e em casos de intervenções de emergência. Resumindo: com a disponibilização de grandes quantidades de informações para vários usuários, as aplicações se tornam quase ilimitadas.

Com ortofotos, mosaicos e arquivos com grandes dimensões, o GIS utiliza a seguinte configuração: 4 servidores com 8 Gb de memória RAM e 4 processadores de 1.5 Ghz; e mais 2 servidores web com 1 processador de 900MHz, 1 Gb de memória RAM. Esta configuração foi baseada na estrutura de dois locais com contingência participativa, usando um servidor web e dois servidores de mapas ativos em cada local. Os servidores de banco de dados são conectados diretamente aos servidores através de fibra óptica e o tráfego é dividido de forma a evitar congestionamento na rede.

Mosaico aerofotogramétrico na escala 1:8000 do terminal de Cubatão

Na atividade de inspeção de dutos, o GIS garante a manutenção da integridade estrutural graças à fácil obtenção de informações georreferrenciadas, além de imagens aéreas e documentos de engenharia. "O sistema mostra aspectos geotécnicos, densidade populacional e recursos naturais, além da visualização do local de algum incidente na faixa, possibilitando discutir em cima do GIS as primeiras ações para atacar o problema", comenta Minoru Matsuura, coordenador de Suporte da Transpetro.

Esta facilidade na obtenção de características e dados de dutos garante à Transpetro a melhor tecnologia de informações disponível no cenário mundial.

A base de dados disponível no GIS da Transpetro apresenta ainda os seguintes itens:

Plantas e manuais de equipamentos (válvulas, retificadores etc);
Estudos de Impacto Ambiental – EIA/RIMA;
Estudos de Análise de Risco;
Informações referentes a Planos de Ação de Emergência e
Planos de Gerenciamento de Riscos;
Informações de áreas ecologicamente sensíveis e indígenas;
Dados de linha de energia elétrica;
Informações sobre concessão de exploração mineral;
Informações dos municípios atingidos;
Dados de assentamento rural;
Informações de medições em retificadores;
Dados de manutenção de válvulas;
Informações de espessura e profundidade de instalação dos dutos;
Localização precisa do duto na faixa;
Outras informações de influência sobre a área do duto.

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